Katherine Rivas

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Reportagem

25 melhores ações para ganhar dividendos em 2025, segundo analistas

Parece contraditório, 2025 será um ano muito desafiador para a Bolsa brasileira e, ao mesmo tempo, o melhor momento para comprar ações que pagam bons dividendos.

Sabe a frase "compre ao som dos canhões"? Ela define perfeitamente este ano, diante de juros que podem chegar a 15% e com a inflação escalando até 5%.

Segundo Bruno Oliveira, analista do Vida de Acionista, 2025 reserva as melhores oportunidades para quem busca renda passiva por dois motivos: um deles é que boas empresas vão sobreviver ao cenário macroeconômico desafiador. E como muitos investidores estão saindo da Bolsa de valores, as ações estão muito descontadas.

Investidores estrangeiros preferem os Estados Unidos e os institucionais, a renda fixa. Na contramão, os investidores pessoa física ficam expostos a boas empresas, que já foram testadas pelo tempo, negociando a preços baixos. "É o melhor cenário possível", afirma Oliveira.

Empresas que pagam bons dividendos também são resilientes a cenários adversos. Em 2024, o índice Ibovespa teve queda de 10,36%, maior tombo desde 2021, enquanto o Índice de Dividendos (IDIV) recuou apenas 2,62%, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria.

Na última década, o IDIV teve uma rentabilidade de 230,78%, muito acima do que o Ibovespa, que acumulou ganhos de 150,39%. "Independentemente do contexto macroeconômico, a estratégia de investir em empresas que pagam bons dividendos de forma recorrente se apresenta com uma das melhores estratégias para obter bons retornos ao longo do tempo", avalia Sergio Biz, analista e sócio do GuiaInvest.

O que esperar em 2025?

É consenso entre os analistas consultados pela coluna de que não teremos recorde de dividendos em 2025. São esperadas distribuições semelhantes e até um pouco abaixo do registrado em 2024.

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O custo das dívidas, que vai aumentar com os juros altos, e a desaceleração da economia serão responsáveis por pressionar o lucro das empresas e os dividendos.

Apesar disso, algumas ações e setores devem liderar as distribuições da Bolsa. Uma delas é a Petrobras (PETR4), que já foi apontada pela XP como candidata a maior pagadora de dividendos de 2025. Analistas projetam um dividend yield (retorno em dividendos) entre 14% e 20%.

Para Victor Bueno, sócio e analista da Nord Research, a tendência é que a Petrobras continue "carregando" o Ibovespa na distribuição de dividendos. Ele destaca que a companhia tem um plano sólido para os próximos cinco anos, no qual vai pagar dividendos regulares de no mínimo US$ 45 bilhões e extraordinários de até US$ 10 bilhões.

Segundo Bueno, os dividendos da Petrobras devem ser muito parecidos com o registrado em 2024. No ano passado, a petroleira distribuiu R$ 7,90, equivalente a um dividend yield de 21,22%.

Ainda entre as possíveis candidatas a maiores pagadoras da Bolsa em 2025, analistas enumeram: Banco do Brasil (BBAS3), Vale (VALE3), BB Seguridade (BBSE3), Itaú (ITUB4) e BR Partners (BRBI11).

Os bancos serão favorecidos pelos juros altos, com possibilidade de aumentar o spread (diferença entre o dinheiro captado e emprestado) no crédito e nos investimentos. Já as seguradoras podem ver o seu resultado financeiro engordar com os juros em 15%.

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Na Vale, apesar das incertezas com o minério de ferro, a expectativa é de dividendos robustos, favorecidos pelo baixo endividamento da companhia e forte geração de caixa.

As melhores ações para ganhar dividendos em 2025

Nem só de dividend yield alto vive o investidor. É importante escolher ações, de negócios sólidos, que possam garantir a sustentabilidade dos dividendos no longo prazo.

Para entender melhor quais são as ações mais recomendadas para dividendos em 2025, o UOL consultou 12 casas de análise e corretoras. Foram indicadas 25 ações, veja abaixo as 10 mais recomendadas. Incluímos apenas as que entregam no mínimo um dividend yield de 6%.
Confira também os outros 15 ativos indicados

TOP1: Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil, ou BB, gera lucro com a concessão de crédito para pessoas físicas e empresas. Os principais destaques da sua carteira são o consignado para funcionários públicos. O banco lidera no crédito rural.

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É uma instituição estatal, com 50% das ações na mão do governo, o que faz com que a ação carregue sempre um certo risco político, embora amenizado nos últimos anos.

A vantagem do BB é a exposição a segmentos de baixa inadimplência, como o consignado que é descontado diretamente da folha salarial do devedor, reduzindo o risco de calotes, destaca Renato Reis, analista da Blue3 Research.

A forte participação ao agro também favorece pela resiliência do setor e expectativas de recorde para 2025. Mas é uma faca de dois gumes porque a instituição também fica exposta a quebras de safra e mudanças climáticas. Em 2024, a inadimplência do agro pressionou os resultados do BB.

Milton Rabelo, analista da VG Research, destaca que apesar da desaceleração no crescimento dos lucros do BB, o banco segue com resultados interessantes, mesmo diante das preocupações com inadimplência e qualidade de crédito. "Os problemas conjunturais enfrentados no agronegócio não mudam a nossa visão de forma estrutural em relação ao BB, cujas ações seguem bastante descontadas", afirma.

O risco de interferência política do governo também está bem contornado. Rabelo aponta que a gestão da CEO Tarciana Medeiros conquistou a confiança do mercado e não parece haver indicativo de mudanças.

O banco é queridinho para quem busca dividendos no longo prazo. O mercado é fã da transparência da instituição, que divulga todo começo do ano um calendário com oito pagamentos, quatro antecipados e quatro complementares.

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Nesse cronograma, é possível conferir datas de anúncio, data de corte e data de pagamento dos proventos, gerando previsibilidade. Além disso, o BB apresenta o payout (parcela do lucro líquido destinado a proventos) com o que trabalhará naquele ano. Em 2024, o payout foi de 45%.

BB Seguridade (BBSE3)

Na segunda posição está a BB Seguridade. Os analistas esperam um dividend yield entre 9,5% e 10,44%.

A BB Seguridade atua com seguro de vida, prestamista, habitacional, rural, residencial, empresarial, previdência privada, capitalização, odontológico, além da BB Corretora. Opera sob o modelo de bancassurance, por meio do qual pode ofertar seus seguros por todos os canais físicos e digitais do Banco do Brasil. A parceria com o BB tem duração até o ano de 2033, sendo um grande propulsor de negócios.

Ambas as empresas também possuem uma boa relação e sinergia nos negócios, o que evita ruídos entre controlador e controlada nos balanços trimestrais.

A companhia também tem forte relevância no segmento rural, com a concessão de seguros para produtores. Da mesma forma, sofre também com os riscos do setor como o BB. Fenômenos climáticos, como El Niño ou La Niña, podem aumentar a sinistralidade dos seguros e reduzir o lucro final da BB Seguridade.

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Para 2025, as expectativas são muito positivas diante do crescimento do resultado financeiro. Saiba mais. Os analistas esperam que a representatividade do resultado financeiro salte de 17% para 30% da receita neste ano.

Bueno explica que a BB Seguridade paga dividendos semestralmente, geralmente em fevereiro e agosto. Para 2025, a expectativa é distribuições entre 80% e 90% do lucro.

Telefônica Brasil (VIVT3)

Biz explica que a Telefônica Brasil possui um portfólio completo de produtos, incluindo serviços de voz, dados móveis, banda larga fixa, ultra banda larga, TV por assinatura, tecnologia da informação e serviços digitais.

A companhia é líder no segmento móvel do Brasil. Nos últimos anos, distribuiu em média 80% do lucro líquido aos acionistas, mas para 2025 e 2026, a expectativa é de um payout de 100% ou mais.

Uma das vantagens de investir na Telefônica é que os serviços oferecidos pela empresa são pouco sensíveis à atividade econômica, sofrendo menos em períodos desafiadores. "Depois de alguns anos de fortes investimentos, o fluxo de dividendos deve melhorar", avalia Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.

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Para Biz, 2025 será um ano de resultados sólidos para a Telefônica, com crescimento da área de cobertura e mais clientes pós-pago. O analista destaca que, além dos dividendos, a companhia deve fazer outra redução de capital, o que vai elevar o dividend yield dela. Planos de recompra de ações também costumam ser uma prática recorrente, que aumenta o dividendo por ação distribuído aos investidores.

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