Dólar sobe 1,36% e fecha valendo R$ 3,81, na segunda alta seguida
Após começar o dia em queda, o dólar comercial mudou de direção ainda pela manhã e fechou esta terça-feira (8) em alta de 1,36%, valendo R$ 3,81 na venda. É o segundo avanço seguido da moeda. Na véspera, havia subido 0,53%.
No mês, o dólar acumula desvalorização de 1,97%. No ano, no entanto, tem valorização de 43,30%.
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Crise política no Brasil
Investidores continuavam de olho na crise política e econômica no Brasil. Em carta enviada à presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente MIchel Temer apontou desconfiança do governo em relação a ele e a seu partido, o PMDB.
Embora Temer não tenha proposto explicitamente o rompimento com Dilma, operadores do mercado de câmbio consultados pela agência de notícias Reuters disseram não ver outra alternativa.
Eles disseram que a notícia dá força ao lado que defende o impeachment contra a presidente, perspectiva que tem sido, de maneira geral, recebida com otimismo pelo mercado.
"Conforme vai se distanciando o PMDB do governo, vai ficando mais forte a hipótese do impeachment", disse o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.
Ainda de acordo com a Reuters, alguns operadores acreditam que uma eventual mudança no governo poderia facilitar a recuperação da economia brasileira. Outros, no entanto, ressaltam que o processo pode paralisar o ajuste fiscal e provocar rebaixamentos da nota da dívida do país.
"A reação [à possibilidade de impeachment contra Dilma] agora é positiva, mas é preciso esperar esse processo todo se desenhar para entender como o mercado vai ser afetado", disse Trabbold, acrescentando que a tendência é que o mercado siga instável.
A ação de impeachment ainda precisa tramitar por diversas etapas antes de resultar em uma votação final que decida o futuro da presidente.
Atuações do BC
Nesta tarde, o Banco Central realizou dois leilões para venda de até US$ 500 milhões com compromisso de recompra. A atuação tem como objetivo aumentar a oferta de dólar no mercado para atender à procura maior no final do ano.
Pela manhã, o BC deu continuidade à rolagem diária dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro. Ao todo, o BC já rolou o correspondente a US$ 3,286 bilhões, ou cerca de 31% do lote total, equivalente a US$ 10,694 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Exportações chinesas e queda do petróleo
No cenário externo, investidores estavam atentos ao mercado chinês. Dados divulgados nesta terça-feira apontam queda de 6,8% nas exportações chinesas em novembro.
Com isso, aumentou a preocupação com a desaceleração da economia do país, importante referência para os mercados emergentes.
Além disso, o preço do barril de petróleo nos Estados Unidos recuou para menos de US$ 37 pela primeira vez desde 2009, o que contribuiu para que investidores ficassem mais cautelosos.
(Com Reuters)
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