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Com saída de Levy, dólar sobe 1,4% e vai a R$ 3,947, maior valor em 2 meses

Do UOL, em São Paulo

18/12/2015 17h08Atualizada em 18/12/2015 17h15

dólar comercial fechou esta sexta-feira (18) em alta de 1,48%, a R$ 3,947 na venda, em meio a rumores sobre a saída iminente do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Esse é o maior valor de fechamento desde 1º de outubro, quando a moeda norte-americana encerrou a R$ 4,002. 

Com isso, o dólar encerra a semana com alta de 1,88%. No mês, acumula valorização de 1,55% e, no ano, ganho de 48,45%.

Na véspera, o dólar havia caído 0,9%. 

Rumores sobre saída de Levy

Os investidores estavam atentos às notícias sobre a saída de Levy do governo. 

Pouco antes do fechamento do mercado, circularam notícias de que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, deve substitui-lo no comando da Fazenda. A troca deve ser anunciada oficialmente ainda hoje, segundo uma fonte do Palácio do Planalto ouvida pela agência de notícias Reuters. 

A saída de Levy não é bem recebida pelo mercado, uma vez que o ministro é um dos maiores defensores do ajuste fiscal dentro do atual governo, enquanto o ministro Barbosa é visto como mais alinhado à presidente Dilma, com menos compromisso com o aperto nas contas públicas, de acordo com a Reuters.

"A saída de Levy complica ainda mais o ajuste fiscal porque o mercado começa a ver que pode entrar um político nesse ministério... que não tenha peito para enfrentar todas as dificuldades", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

STF e regras do impeachment

Investidores também continuavam de olho no processo de impeachment.

Na véspera, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu fôlego à presidente Dilma Rousseff ao acatar as principais teses do governo sobre as regras do processo de impeachment e dar ao Senado o poder de rejeitar a instauração do impedimento. A Câmara dos Deputados também deverá refazer a eleição da comissão especial que analisará o tema, com voto aberto e sem apresentação de chapas avulsas.

De uma maneira geral, o mercado tem reagido bem às notícias que apontam na direção da saída da presidente, com a expectativa de que uma mudança no governo ajudaria a avançar nas medidas necessárias para o ajuste fiscal, segundo a Reuters. Desta forma, as indicações favoráveis à permanência da presidente têm sido recebidas de forma mais negativa por receios de que o país demore ainda mais para tomar as medidas necessárias para sair da crise.

"Para nós, todo o processo de impeachment é negativo para o Brasil por ser uma distração que vai atrasar os ajustes fiscais", disseram os analistas do grupo financeiro Brown Brothers Harriman, em nota a clientes.

Atuações do BC

O Banco Central deu sequência nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos. Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 7,659 bilhões, ou cerca de 72% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com Reuters)