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Dólar sobe 2% e fecha a R$ 3,597, após avanço de impeachment e ação do BC

Do UOL, em São Paulo

18/04/2016 17h04Atualizada em 18/04/2016 18h11

O dólar comercial fechou esta segunda-feira (18) em alta de 2,08%, a R$ 3,597 na venda, um dia após a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

A moeda norte-americana avançou pela segunda sessão seguida. Na sexta-feira, o dólar havia subido 1,38%. 

A alta foi puxada pela forte atuação do Banco Central no mercado de câmbio e por investidores que aproveitavam para comprar a moeda, após as recentes quedas, segundo analistas consultados pela agência de notícias Reuters. 

Atuação do BC

O dólar chegou a recuar 1,48% imediatamente após a abertura dos negócios nesta sessão, mas inverteu o sentido ainda pela manhã, após o Banco Central intervir.

O BC vendeu 68.840 contratos de swap cambial reverso (que funcionam como compra de dólares no mercado futuro), de uma oferta total de 80 mil contratos.

O dólar poderia prejudicar as exportações, reduzindo a entrada da moeda norte-americana no país, em um momento de recessão econômica.

Processo de impeachment

A crise política brasileira continuava no centro das atenções do mercado. 

Na noite passada, a Câmara dos Deputados aprovou por 367 votos a abertura do processo de impeachment, superando com alguma margem os 342 necessários. Agora, a matéria precisa ser aprovada no Senado.

A perspectiva de que uma troca de governo poderia trazer de volta a confiança na economia brasileira fez o dólar cair desde março.

"Agora que o fato se concretizou, muita gente aproveita para zerar essas vendas das últimas semanas", disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

Profissionais do mercado financeiro já haviam afirmado à Reuters que a euforia inicial após a decisão da Câmara poderia ceder lugar à cautela em pouco tempo, conforme o foco passa aos nomes que formariam a equipe econômica de eventual governo MIchel Temer, vice-presidente e primeiro na linha de sucessão caso a presidente seja afastada.