Dólar tem maior alta em 2 meses e fecha a R$ 3,185, com BC e fala de Temer
O dólar comercial fechou esta sexta-feira (12) em alta de 1,43%, cotado a R$ 3,185 na venda. Foi o segundo avanço seguido da moeda, que havia subido 0,25% na véspera.
Essa foi também a maior alta percentual diária em dois meses. Em 13 de maio, o dólar havia subido 1,62%.
Com isso, o dólar termina a semana com valorização de 0,5%. No entanto, a moeda acumula queda de 1,79% no mês e de 19,33% no ano.
O dia foi marcado pela atuação do Banco Central, além de declarações do presidente do BC, Ilan Goldfajn, e do presidente interino, Michel Temer, sobre o mercado de câmbio.
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Declaração de Temer
Investidores estavam cautelosos após declaração do presidente interino, Michel Temer, levantar preocupações sobre o mercado de câmbio. Em entrevista ao jornal "Valor Econômico", ele disse que é preciso "manter um certo equilíbrio no câmbio".
Temer afirmou, ainda, que figuras do setor corporativo discutiram a queda recente da moeda norte-americana com ele. "Nem pode ter o dólar num patamar elevado, nem um dólar derretido", disse.
"Houve uma 'intervenção verbal' da parte do Temer, que deve ser suficiente para segurar o dólar acima de R$ 3,10 por algum tempo", disse à agência de notícias Reuters o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.
Cotações baixas do dólar tendem a prejudicar a indústria nacional ao encarecer exportações e baratear importações, enquanto cotações altas elevam os preços de insumos importados e podem acelerar a inflação.
Atuação do BC
As declarações de Temer vieram após o Banco Central intensificar sua intervenção no câmbio. Como já havia feito na véspera, o BC vendeu nesta sessão 15 mil swaps reversos, contratos que equivalem à compra futura de dólares. Até então, eram vendidos apenas 10 mil contratos por sessão.
Pela manhã, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que usará com parcimônia os instrumentos de que dispõe para regular o dólar e reafirmou o compromisso com o câmbio flutuante (sem patamares fixados).
Juros nos EUA
No exterior, investidores aumentavam as apostas de que o Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) não vai aumentar os juros tão cedo, após a divulgação de dados abaixo do esperado para a economia norte-americana.
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como é o caso do Brasil.
(Com Reuters)
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