Dólar cai a R$ 3,655, menor valor em 5 meses; desde 1º turno, recuo é de 5%
O dólar comercial emendou a segunda queda e fechou esta sexta-feira (26) em baixa de 1,31%, cotado a R$ 3,655 na venda. É o menor valor em cinco meses, desde 24 de maio, quando a moeda norte-americana valia R$ 3,648, e a maior desvalorização percentual diária em mais de duas semana –em 9 de outubro, caiu 1,47%. Com isso, o dólar termina a semana com queda acumulada de 1,62%, na sexta baixa semanal seguida.
Esta foi a última sessão antes da segunda etapa das eleições presidenciais. Entre o primeiro e o segundo turno, a moeda se desvalorizou 5,25%. O cálculo compara os valores de fechamento do dólar em 5 de outubro (R$ 3,857) e nesta sexta.
O valor da moeda divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 1,95%, a 85.719,87 pontos, no segundo avanço consecutivo. Com isso, o índice acumula valorização de 1,78% na semana –a quarta alta semanal seguida. Na véspera, o dólar caiu 1,15%, enquanto a Bolsa subiu 1,23%.
Entre o primeiro e o segundo turno, a Bolsa ganhou 4,13%.
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Gol salta 10,7%, e BB avança 5,8%
A maior alta do dia na Bolsa foi da companhia aérea Gol. As ações da companhia aérea empresa saltaram 10,7%, influenciadas pela desvalorização do dólar e do petróleo (matéria-prima do combustível de aviação) no mercado internacional. Também contribuiu para o avanço as expectativas positivas em relação aos planos da companhia de incorporar sua controlada Smiles, de programas de fidelidade.
As ações do Banco do Brasil dispararam 5,79%, após a confirmação da saída de seu presidente, Paulo Caffarelli, e o anúncio de que ele será substituído pelo vice-presidente de negócios de varejo do banco, Marcelo Labuto.
Pesaram positivamente no desempenho da Bolsa, ainda, os ganhos da Eletrobras (5,81%), da Petrobras (+4,86%), da mineradora Vale (+1,81%) e dos bancos Itaú Unibanco (+1,87%) e Bradesco (+1,73%).
Eleições no Brasil
Na última sessão antes das eleições de domingo (28), investidores avaliaram que o cenário mais provável é o de vitória de Jair Bolsonaro (PSL). Pesquisa Datafolha divulgada na noite de quinta-feira (25) apontou o candidato do PSL com 56% dos votos válidos contra 44% de Fernando Haddad (PT).
Apesar de a diferença entres os candidatos ter diminuído, a percepção do mercado é de que não há tempo para Haddad conquistar a quantidade de votos necessária para vencer.
O mercado considera que Bolsonaro faria um governo mais comprometido com reformas econômicas e com o controle de gastos, devido, principalmente, ao perfil liberal de seu principal assessor econômico, Paulo Guedes.
Resultados de pesquisas, notícias sobre candidatos e boatos deixam o mercado financeiro agitado, favorecendo a especulação na Bolsa de Valores e no câmbio.
Cautela no exterior
No exterior, o clima era de cautela após os Estados Unidos informarem que sua economia cresceu a uma taxa anualizada de 3,5% no terceiro trimestre, superando as expectativas de analistas.
Os números alimentaram as preocupações com uma possível aceleração no ritmo de alta dos juros no país. Taxas maiores nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em outras economias, como a brasileira. Isso criaria uma tendência de alta do dólar por aqui.
Atuação do BC
O Banco Central realizou nesta sessão leilão de até 7.700 contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 7,315 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
(Com Reuters)
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