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Dólar fecha quase estável, a R$ 3,901, maior valor em 2 semanas; Bolsa cai

Do UOL, em São Paulo

17/06/2019 17h14Atualizada em 17/06/2019 17h27

O dólar comercial fechou o dia quase estável, com leve alta de 0,03%, a R$ 3,901 na venda. É o maior valor da moeda norte-americana em mais de duas semanas, desde 31 de maio (R$ 3,924).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, emendou a segunda queda seguida e encerrou o dia com desvalorização de 0,43%, a 97.623,25 pontos. É o menor nível de fechamento em uma semana, desde 10 de junho (97.466,69 pontos).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Reforma da Previdência

A reforma da Previdência segue no radar de investidores como o fato mais importante da pauta econômica, mas deve figurar como coadjuvante nesta semana, mais curta em razão do feriado de Corpus Christi.

A avaliação é que qualquer movimentação política acaba tendo impacto na tramitação da proposta e tem potencial de afetar o mercado.

No sábado, o presidente Jair Bolsonaro evitou tomar partido em relação ao atrito envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o relatório da reforma da Previdência apresentado no Congresso Nacional.

"O episódio marca uma fratura na relação mais próxima do Congresso com a equipe econômica, que contornava os problemas de articulação política do governo", avaliaram analistas da XP Investimentos, em nota.

Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus, disse à agência de notícias Reuters que a tensão entre Guedes e Maia já foi superada. Segundo ele, também é página virada, ao menos por ora, a saída conturbada de Joaquim Levy da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) durante o fim de semana.

"A saída do Levy não foi vista como ruim, pelo menos não por ora. O mercado está preocupado com quem vai assumir [o banco] e com o direcionamento que vai ser dado", disse.

Juros no Brasil e nos EUA

Investidores aguardam duas definições importantes marcadas para esta semana e que devem afetar o mercado financeiro.

Na quarta-feira (19), o Banco Central definirá a Selic, a taxa básica de juros. A expectativa predominante no mercado é de manutenção da taxa no patamar atual, de 6,5% ao ano. A última alteração na Selic ocorreu em março de 2018, quando a taxa caiu de 6,75% para 6,5% ao ano. Desde então, o BC manteve os juros em nove reuniões seguidas.

Apesar da expectativa de manutenção da taxa agora, crescem no mercado as apostas de que o BC vai cortar os juros em breve.

Hoje, o boletim Focus revelou que economistas ouvidos pelo BC projetam três cortes seguidos de 0,25 ponto percentual na Selic, em setembro, outubro e dezembro. Dessa forma, os juros terminariam 2019 a 5,75% ao ano.

O mercado também aguarda a definição dos juros nos Estados Unidos, no mesmo dia. A expectativa é que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) mantenha os juros por lá, mas sinalize um eventual corte das taxas.

Juros mais altos tendem a atrair para os EUA recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil. Por outro lado, um corte de juros nos EUA pode favorecer os investimentos em outros mercados.

Atuação do BC

O Banco Central vendeu todos os 5.050 contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem do vencimento julho.

Em 33 operações, o BC já rolou US$ 8,333 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

(Com Reuters)

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