Bolsa cai 30% e dólar sobe 16%, a R$ 5,194, em mês de pandemia de covid-19
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia em queda de 2,17%, a 73.019,76 pontos, despencando 29,9% no acumulado do mês. No ano, a Bolsa acumula perdas de 36,86%.
Com mais essa perda mensal, o Ibovespa teve entre janeiro e março o pior trimestre de sua história (-36,86%), conforme dados da empresa de informações financeiras Economatica. Antes, a maior perda da Bolsa havia sido registrada no terceiro trimestre de 1986, quando o índice recuou 36,25%.
O dólar comercial fechou o dia em alta de 0,25%, a R$ 5,194 na venda. Com isso, a moeda acumulou valorização de 15,92% em março, maior alta para um mês desde setembro de 2011, quando havia subido 18,15%. No ano, o dólar acumula valorização de 29,44%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Preocupação com o coronavírus
Investidores continuam atentos aos efeitos da pandemia de coronavírus na economia, com a possibilidade mais clara de uma recessão global.
Mesmo após uma bateria de medidas globais de estímulos econômicos e notícias melhores sobre desenvolvimento de vacinas e testes, março e o primeiro trimestre também terminam com uma série de incertezas, principalmente sobre os efeitos econômicos.
Conforme o ritmo de contágio não mostra sinais de alívio e medidas de confinamento vêm sendo prorrogadas, continua incerto o efeito final na atividade mundial, bem como o momento da recuperação das economias.
"A preocupação com o coronavírus continua, principalmente com os primeiros resultados de março mostrando o real impacto aos investidores", afirmou a casa de análises Empiricus em post no Twitter.
"Mas, enquanto o mundo segue trancando suas portas e paralisando as suas operações, a China, epicentro inicial da doença, começa a se recuperar", disse a corretora.
A atividade industrial da China expandiu inesperadamente em março após um colapso no mês anterior. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China subiu para 52,0 em março, ante mínima recorde de 35,7 em fevereiro, informou nesta terça-feira a Agência Nacional de Estatísticas do país.
O indicador ficou acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Posicionamento do presidente
No cenário doméstico, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a resposta à Covid-19 continuava no foco dos investidores. Recentemente, Bolsonaro tem reforçado sua opinião de que as atividades econômicas não podem parar, e que as pessoas fora do grupo de risco da doença devem voltar ao trabalho normalmente, apesar das recomendações de autoridades da saúde e de governos regionais, que incentivam o isolamento social.
Segundo analistas, as divergências entre as autoridades brasileiras sobre como abordar a pandemia colaboram para a incerteza, impulsionando a busca por ativos seguros, como o dólar
* Com Reuters
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