Bolsa dispara 3,66% após PEC dos Precatórios; dólar cai 0,19%, a R$ 5,66
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou o dia em forte alta de 3,66%, aos 104.466,24 pontos — desempenho puxado pela aprovação da PEC dos Precatórios no Senado. É o maior salto diário em mais de um ano e meio, desde 25 de maio de 2020, quando o indicador subiu 4,25%.
Já o dólar terminou a quinta-feira (2) em queda de 0,19%, cotado a R$ 5,66 na venda. O resultado interrompe uma sequência de quatro altas consecutivas para a moeda americana, que ontem havia atingido seu maior valor em mais de sete meses, desde 13 de abril (R$ 5,718).
Mesmo com o desempenho de hoje, o Ibovespa ainda acumula perdas de 12,23% em 2021, enquanto o dólar já subiu 9,08%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
PEC passa pelo Senado
Contribuiu para a forte alta do Ibovespa hoje a aprovação no Senado, em duas votações, da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios. O texto — que foi modificado pelo relator da matéria, senador Fernando Bezerra (MBD-PE), como forma de angariar apoio — abre espaço para o pagamento do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) de R$ 400.
A PEC é vista por alguns participantes do mercado como a alternativa menos danosa à saúde fiscal do país em meio à pressão do governo por mais gastos com benefícios sociais em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve tentar a reeleição.
Além de adiar o pagamento de precatórios — dívidas judiciais da União —, a PEC também muda a dinâmica do teto de gastos. O texto prevê que o limite seja determinado não mais pela inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior, como é hoje, mas pela taxa apurada nos 12 meses até dezembro do ano anterior.
Quando o governo enviou a PEC ao Congresso, o mercado reagiu negativamente, temendo um descontrole das contas públicas. Mas investidores agora avaliam que a aprovação é positiva porque reduz as incertezas, na medida em que delimita as condições em que haverá aumento de gastos.
PIB também repercutiu
Paralelamente, investidores ainda acompanharam os dados divulgados mais cedo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostraram recuo de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores. A expectativa, segundo pesquisa da Reuters, era de estabilidade.
Alguns especialistas avaliaram que os números do PIB próximos das projeções do mercado podem ser um fator de alívio, ao menos no curto prazo, para os ativos brasileiros.
"À medida que essa pressão da nova variante [ômicron] do coronavírus se dissipa, devem predominar notícias mais positivas do que negativas, já que [o PIB do Brasil] veio em linha com o consenso e não surpreendeu demais para baixo", disse à Reuters Pedro Secchin, sócio da Golden Investimentos.
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.