Em meio a anúncios de equipe transição de Lula, dólar fica em R$ 5,144
Após dia de forte alta, o dólar comercial teve queda de 0,56% e encerrou a terça-feira (8) cotado a R$ 5,144, em meio a anúncios sobre a equipe de transição (veja a lista abaixo) e dúvidas no mercado sobre a composição da futura gestão econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que reúne as empresas mais negociadas, encerrou o pregão em ligeira alta de 0,71%, aos 116.160,35 pontos. O volume negociado na bolsa brasileira foi de R$ 29.574.495.048.
O movimento da moeda americana ocorre depois da presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, formalizar convite para que o MDB —partido mais ao centro— faça parte da transição para o governo Lula, compondo o conselho político e indicando técnicos.
No entanto, permanecem preocupações relacionadas à falta de indicações claras sobre quem será o ministro da Fazenda de Lula e temores sobre como será conduzida a agenda fiscal do petista, mantendo a volatilidade no mercado de câmbio elevada, disse Larissa Brito, planejadora financeira pela Planejar.
Há semanas os mercados vêm se atendo a esperanças de que Lula poderia indicar um nome moderado para o cargo, como Henrique Meirelles, mas o ex-presidente do Banco Central já disse várias vezes que não recebeu convites para integrar o governo eleito. Ao mesmo tempo, crescem os temores de que o Ministério da Fazenda acabe sendo liderado por alguém mais à esquerda e que poderia ser inclinado a uma maior flexibilidade das regras fiscais do país, como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
"O mercado já sinalizou que não aceitará nomes que não façam sentido para a continuidade da [gestão da] economia brasileira", disse Brito, referindo-se à disparada de 2,39% do dólar na véspera, a R$ 5,1733 na venda, maior valorização percentual diária desde 24 de outubro (+2,94%) e patamar de encerramento mais alto desde 28 de outubro (5,3023).
A equipe de transição do próximo governo estuda trabalhar por uma emenda constitucional para garantir uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem às promessas de campanha de Lula, como a manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil e o reajuste real do salário mínimo. Os valores a serem excepcionalizados ainda não foram definidos oficialmente, mas há a expectativa de que possam superar os R$ 200 bilhões.
"Todas estas imposições, em meio à arrecadação menor em 2023, dado o menor crescimento econômico e menor inflação, podem incrementar a percepção de que o governo não terá fontes de recursos além do financiamento via títulos públicos, pois tais desafios igualmente dificultam a criação de novos impostos", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, em nota a clientes.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Equipe econômica de transição
A equipe de economia do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o governo de transição tem petistas e tucanos históricos.
Quatro economistas vão coordenar o grupo de trabalho: os petistas Nelson Barbosa e Guilherme Mello e os tucanos André Lara Resende e Pérsio Arida.
Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito, o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), nesta terça-feira (8).
*Com informações da agência de notícias Reuters e da Redação do UOL, em Brasília
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