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Nova franquia de unhas usa broca de dentista para remover cutícula

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/07/2016 06h00

Uma nova franquia de manicure chega ao mercado querendo mudar o jeito de se fazer as unhas. Para remover as cutículas, a Beryllos deixou de lado os alicates e aposta em uma broca com motorzinho, semelhante à usada pelos dentistas para tratar cáries.

A primeira unidade da marca foi inaugura na terça-feira (5) em Taubaté (140 km a nordeste de São Paulo). À frente da iniciativa está a empresária Luzia Costa, 36, dona da rede Sóbrancelhas, franquia especializada na estética de sobrancelhas.

Ela diz que foram dois anos de pesquisa até chegar ao novo método. "Já trabalhei como manicure e sei o quanto é difícil. Estava procurando uma forma de inovar nesse setor. Tentei um cortador, que não funcionou."

Até que um dia vi o dentista tirando uma cárie da minha filha com uma broca bem fininha e resolvi testar.

A empresária fez algumas adaptações até chegar ao equipamento atual: ele é composto por um micromotor usado em podologia para lixar as unhas, mas com a broca mais fina, para não machucar as cutículas.

Evita 'picadas' do alicate

O processo usa um gel emoliente para amolecer a pele, é indolor e evita as eventuais "picadas" do alicate, que são porta de entrada para infecções. A reportagem do UOL testou o método.

Costa batizou o procedimento de "cuticularia" e diz que é protegido por direitos autorais. "Não optamos por patente porque demora anos e, até lá, os concorrentes já teriam copiado", afirma.

O procedimento custa R$ 25 (mão) e R$ 55 (mão e pé) na unidade em funcionamento no Taubaté Shopping. Os preços podem variar em outras regiões.

Força demais pode deformar as unhas

O novo método é eficiente, mas a manicure precisa ter leveza nas mãos para evitar deformações na unha da cliente, afirma Andrea Mussato, professora do curso de manicure da Efac, escola de formação profissional na área de beleza.

"Da mesma forma que desgasta a cutícula, pode desgastar a unha, fazendo com que fique deformada ou fina e quebradiça com o tempo. Mas isso também pode acontecer com o uso da espátula e do alicate se for aplicada muita força", diz.

Esmalte em dose única

Outra inovação da rede Beryllos é o esmalte em dose única, em embalagem de 4 ml. O objetivo, segundo Costa, é evitar contaminações se o produto e o pincel forem compartilhados entre várias clientes.

Segundo ela, o produto é 3 em 1, com base, esmalte e extra brilho, e a cliente leva para casa o que sobrou no vidrinho, para eventuais retoques.

Todos os materiais usados no procedimento são descartáveis, inclusive a broca para remoção das cutículas. Os itens são aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), segundo a empresária.

Franquia custa a partir de R$ 142,3 mil

O projeto de franquia da Beryllos prevê dois modelos: quiosque e loja. O quiosque tem investimento inicial a partir de R$ 142,3 mil, e a loja, de R$ 230,1 mil. Os valores incluem custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro.

O faturamento médio mensal é estimado em R$ 30 mil, com margem de lucro de 40% (R$ 12 mil). O retorno do investimento é previsto para a partir de 12 meses. Os dados foram fornecidos pela empresa.

As lojas também venderão os produtos usados no procedimento, como hidratante e esfoliante.

“A expectativa é assinar 20 contratos até o fim do ano, com prioridade para os franqueados da Sóbrancelhas”, afirma a empresária.

Nicho é muito específico, diz consultora

Para a consultora especializada em franquias Ana Vecchi, da Vecchi Ancona, o negócio deve despertar interesse por ser novidade e por ter uma proposta de valor focada em saúde, mas, segundo ela, é um nicho muito específico. 

Observo que muitas esmalterias vivem vazias, ao contrário dos salões de beleza, que oferecem mais conveniência ao cliente por juntar vários serviços em um só lugar.

Outra dificuldade, de acordo com a consultora, é formar mão de obra, já que os profissionais precisam ser treinados no novo método.

Vecchi também afirma que a margem de lucro estimada pela empresa, de 40%, é muito alta. "A média do segmento é de 25% a 30%, o que já é alto, por se tratar de serviço. É preciso lembrar que há custos fixos com imóvel, funcionários, sistemas etc.", declara.

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