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Sex Shop tem bar com vinho e drink de catuaba grátis para desinibir cliente

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2018 04h00

Maísa Pacheco, 45, dona da sex shop Delírio e Ponto, em São Paulo, passou a servir vinho e um drinque afrodisíaco para seus clientes às quintas e sextas-feiras à noite como cortesia. O objetivo, segundo ela, é deixá-los mais descontraídos e fazê-los gastar mais. Ela diz que, com a estratégia, as vendas aumentaram 20% no último mês de janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado. 

Muitos clientes passavam um tempo na loja, sentados em almofadões, conversando sobre a vida sexual. Aí pensei em aproveitar esse espaço para criar um bar. A ideia é deixar o cliente desinibido, assim ele gasta mais.

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O drinque afrodisíaco é feito com vodca, gotas de pimenta, xarope de Grenadine e Pó de Bruxa, um produto vendido no sex shop à base de ingredientes naturais como guaraná e catuaba e que promete ser estimulante sexual. Sobre os vinhos que também serve como cortesia, Maísa diz que consegue comprar a preços mais baixos por ser sommelier e ter contatos no ramo.

Se o cliente quiser beber em outros horários que não sejam quinta e sexta-feira à noite, quando são servidas as cortesias, ele pode comprar a taça de vinho por R$ 5 ou a garrafa por R$ 20. O drinque afrodisíaco é sempre servido como cortesia, mas em outros horários é necessário pedir.

Para servir as bebidas, a empresária investiu em um balcão, que é a réplica de um carro antigo recortado ao meio, e na contratação de um garçom. O investimento, segundo Maísa, foi de cerca de R$ 5.000.

"As pessoas gostam, tiram fotos, postam nas redes sociais, convidam os amigos. O movimento cresceu graças ao boca a boca. Mas agora o espaço também é usado para eventos. Fiz o lançamento do meu livro, de linha de lingerie, demonstração de fornecedores", declara.

Maísa é autora do livro "Os Bastidores do Sex Shop", lançado em setembro de 2017, que conta histórias reais e inusitadas de clientes (que não são identificados) vividas ao longo de seus quase 20 anos como proprietária da loja. O livro é vendido apenas na sex shop e custa R$ 15,90.

Os itens mais vendidos da loja, segunda ela, são os géis eróticos (lubrificantes, que esquentam ou esfriam a pele), que custam a partir de R$ 12. O produto mais caro é um vibrador com controle remoto que custa R$ 1.200. 

O sex shop foi fundado em 1999, mas ganhou o nome de "Delírio e Ponto" apenas em julho de 2017, para combinar com o nome da loja virtual e do canal da empresa no YouTube, que dá dicas de uso dos produtos.

Outra estratégia da empresária, que também é protetora de animais, é deixar na loja animais resgatados. Segundo ela, isso atrai clientes e também descontrai o ambiente. Ela diz que os artifícios funcionam, mas não divulga o faturamento nem o lucro.

É necessário calcular custos da iniciativa

A estratégia de servir bebidas para descontrair os clientes é boa, segundo Ariadne Mecate, consultora do Sebrae-SP. "Mas essa ação de marketing exige o cuidado de buscar clientes que tenham perfil para comprar na loja, senão, pode atrair quem queira apenas consumir bebidas grátis."

Outro cuidado, segundo a especialista, é calcular o custo da iniciativa e se certificar de que os resultados compensam o investimento. "Outra dica é treinar a equipe para, durante a permanência dos clientes, apresentar novos produtos para elevar o gasto médio do cliente no local", afirma. 

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