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Ele fatura R$ 6.000 por mês alugando carrinho de cachorro-quente e pamonha

Alysson Wiinsch, 32, faz locação de carrinhos de cachorro quente e de pamonha em Curitiba - Jaelson Lucas/ANPr
Alysson Wiinsch, 32, faz locação de carrinhos de cachorro quente e de pamonha em Curitiba Imagem: Jaelson Lucas/ANPr

Lucas Gabriel Marins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

02/04/2018 04h00

O gestor financeiro Alysson Wiinsch, 32, queria empreender. Em agosto de 2014, ele viu um anúncio de venda de carrinho de cachorro quente na OLX, site de compra e venda de produtos. Pensou: por que não comprar um igual e alugar para outras pessoas?

Para testar se o negócio realmente funcionaria, Wiinsch fez um anúncio “fake” na plataforma oferecendo o equipamento. Oito pessoas se interessaram. Em setembro do mesmo ano, ele comprou um carrinho, que custava R$ 2.500, e alugou para um dos interessados.

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Ele dividiu a compra em 10 vezes no cartão de crédito. Cada parcela, de R$ 250, era paga com o valor que recebia do locatário. Nos três meses seguintes, adquiriu outros três no crediário. “Dessa forma, eu não tive que fazer investimento inicial para comprá-los”, diz Wiinsch.

A partir de janeiro de 2015, Wiinsch começou a ver lucro. Entre essa data e novembro de 2017, ele comprou mais 11 equipamentos, sendo dois de pamonha. Todos foram pagos à vista -- parte com o dinheiro que recebia dos aluguéis e parte com o salário de um emprego em um restaurante de Curitiba (PR). Ele deixou o posto em dezembro de 2016.

Aluguel do carrinho custa R$ 300 por mês

Nesse mesmo período, virou microempreendedor individual (MEI) e criou a AW Locação. Em dezembro de 2017, para dar um “up” no negócio, ele pegou R$ 10 mil de financiamento junto à Fomento Paraná, instituição financeira que dá crédito a empreendedores. Com o valor, adquiriu mais cinco carrinhos.

Hoje, ele tem 20, e todos estão locados. Cada cliente paga, em média, R$ 300 por mês. O faturamento mensal da empresa é de R$ 6.000. Wiinsch ainda mantém um trabalho em uma padaria da cidade. “Eu lido com as coisas da minha empresa à noite e nos finais de semana. Só vou lagar o meu cargo quando eu tiver 30 carrinhos, e isso deve acontecer até o final do ano”, conta.

Ele diz que seu público-alvo são pessoas que não têm condições de comprar um carrinho próprio ou querem experimentar o segmento antes de iniciar um negócio. Um carrinho custa, em média, R$ 4.000 na Multimundial, loja em Curitiba que vende equipamentos para ambulantes.

Equipamento é entregue com logotipo e pronto para uso

Quem faz a locação costuma ficar apenas quatro meses com o equipamento. Depois disso, afirma Wiinsch, cerca de 50% consegue adquirir o próprio. “E é isso que quero. Fico extremamente feliz quando eles chegam para mim e dizem ‘olha, vou devolver seu carrinho porque agora vou comprar o meu’’’, relata.

O equipamento é entregue com um logotipo com o nome genérico “Lanche na calçada”. Vai também com chapa dupla; molheira, local para esquentar a salsicha; compartimento para refrigerante; seis potes para mantimentos; cortinas laterais; mesa acoplada para colocar molhos e parte elétrica. Só não acompanha o botijão de gás.

O empresário faz contrato com todos os clientes. Ele ainda usa a OLX para encontrar novos. Caso exista algum tipo de manutenção, como na parte elétrica, é ele quem faz. Até hoje não ocorreu nenhum roubo ou apreensão, diz ele, mas, caso aconteça, é o locatário que deve arcar com o custo.

Ideia é criativa, mas precisa de novo formato

Para Lina Maria Useche, co-fundadora e diretora executiva da Aliança Empreendedora, a ideia do empresário curitibano é criativa e fora do tradicional. “Ele não só fugiu do comum, como também encontrou um meio de ajudar outros empreendedores que não teriam condições de comprar um carrinho sozinho”, diz.

Ela afirma, no entanto, que a permanência média do cliente (de quatro meses) é um ponto a ser melhorado. “Para resolver isso, ele poderia pensar, no futuro, em um formato em que não fizesse apenas a locação do carrinho, mas também o fornecesse para o locatário que quisesse comprá-lo. Seria uma forma de capitalizar a empresa”, afirma.

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