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Vendia samambaia aos 9 e hoje fatura R$ 2 mi com curso de operador de drone

Fabiano Britto vendia samambaias na infância e hoje é sócios da empresa Ouro Moderno - Divulgação
Fabiano Britto vendia samambaias na infância e hoje é sócios da empresa Ouro Moderno Imagem: Divulgação

Paulo Gratão

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/04/2018 04h00

Fabiano Britto mostrou tendência para o empreendedorismo desde criança: aos nove anos, vendia samambaias para as vizinhas. Hoje tem uma empresa de cursos a distância que fatura R$ 2 milhões por ano com cursos técnicos como operador de drone e youtuber.

Tudo começou em uma tarde de sábado, depois do expediente em uma escola de ensino profissionalizante em que trabalhava. Fabiano e Miguel Veit saíram da escola e foram assistir a um jogo do Internacional, time de que são torcedores, em um bar próximo. Os dois estavam pensativos sobre a situação da empresa, pois em pleno sábado, dia habitualmente mais cheio nesse nicho, a escola estava vazia.

Enquanto a bola rolava na televisão, as engrenagens não paravam de funcionar na cabeça dos dois: como criar um novo método de ensino, trazendo algo mais moderno e que de fato prendesse a atenção dos alunos? Em outras palavras: como encher a escola de novo?

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Ignorando o desempenho do time, que estava em uma boa fase naquele 2007, os dois pegaram um guardanapo na mesa e começaram a traçar um plano. Fabiano não de lembra se o Inter ganhou aquela partida, mas sabe que naquela mesa de bar nasceu a Ouro Moderno Ensino Dinâmico. A empresa cria métodos pedagógicos para cursos profissionalizantes.

O vendedor de samambaias

Filho de um funcionário público e uma dona de casa, Fabiano sempre soube que queria ser dono do próprio negócio. “Nunca pensei em trabalhar como funcionário, sempre quis criar algo, ter uma empresa e fazer meu próprio dinheiro.”

Ele lembra que quando tinha nove anos, subia em árvores perto da sua casa para colher samambaias e vender para as vizinhas. Esse foi seu primeiro contato com o empreendedorismo.

A vida, no entanto, o conduziu para empregos formais e tornou-o professor.

Tudo mudou quando, há pouco mais de dez anos, viu uma propaganda de um curso de programação de games, em São Paulo, algo que ele ainda não havia visto na sua região, no Rio Grande do Sul. Fabiano pediu licença de dois meses na escola em que atuava e foi para a capital paulista.

Quando voltou para sua terra, implementou a metodologia de games nos cursos virtuais da escola em que trabalhava e triplicou o faturamento da empresa. Com isso, passou a replicar o método em diversas outras instituições, até que chegou à escola de Miguel.

Operador de drone e youtuber

Atualmente, a metodologia da Ouro Moderno atende 900 escolas de capacitação profissional, cursos livres e de idiomas. Cada uma paga entre R$ 600 e R$ 1.000 mensais pelo licenciamento.

De acordo com Fabiano, o sistema dá flexibilidade para que alunos que estudem cursos diferentes, em níveis variados, possam conviver na mesma sala. Nesse cenário, o professor ganha o papel de tutor.

O faturamento em 2017 foi de R$ 2 milhões, e a perspectiva para 2018 é chegar a R$ 4 milhões. Para atingir esse objetivo, eles lançaram novas modalidades de curso nos dois primeiros meses do ano: operador de drone e youtuber. Ao todo, o portfólio conta com mais de cem especialidades.

É preciso cuidado ao expandir negócio

Com a regulamentação de drones e a popularização crescente de youtubers, a Ouro Moderno pode ter acertado no timing para o lançamento dos cursos. No entanto, é preciso tomar cuidado com a expansão, de acordo com o consultor do Sebrae-SP, Charles Bonani.

“Quando for escalar [ampliar] o negócio, é preciso entender quem é o público-alvo. Muita gente joga dinheiro fora nessa etapa, pois não tem estratégia direcionada e cresce sem foco”, explica.

Para empreender no ramo de capacitação profissional on-line, o especialista chama atenção para três pontos: como tornar o curso amigável à rotina de tantas pessoas diferentes; a alta evasão de cursos online; e avaliar se as necessidades de quem contrata são as mesmas de quem vai realmente usar.

“A pessoa precisa analisar se atende tanto quem está contratando, no caso de empresas, quanto quem vai usar, de fato. Senão está fadada ao fracasso”, alerta.

Onde encontrar:

Ouro Moderno - https://site.ouromoderno.com.br/