"Uber do garçom" une dono de bar e restaurante a quem busca trabalho e bico
Faltou garçom no seu restaurante? Quer contratar um barman para sua festa? Para intermediar esses serviços em bares, restaurantes, baladas, eventos e até festas particulares, o empresário Fernando Gaudio, 41, criou o aplicativo My Staff, uma espécie de "Uber do garçom". O app faz a ponte entre quem quer trabalhar e quem quer contratar mão de obra --inclusive de última hora.
Essa pode ser uma alternativa de busca de vagas, mesmo avulsas, para quem está desempregado, vive de freelancers ou quer complementar a renda, segundo o consultor do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos.
O aplicativo foi lançado em setembro, em São Paulo, e está disponível para Android e iOS.
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O serviço pode ser usado em todo o país e, em dois meses, foram feitos cerca de 1.000 cadastros (65% de profissionais e 35% de estabelecimentos).
De um lado, profissionais das áreas de bar, cozinha, recepção, atendimento em salão e limpeza. Do outro, estabelecimentos ou pessoas que precisam dessa prestação de serviço. Não há intermediação de mão de obra para a área de segurança.
O dono de um bar cadastrado, por exemplo, entra no app e escolhe entre os profissionais disponíveis em sua região. A contratação é avulsa, sem vínculo empregatício e constitui trabalho informal, sem carteira de trabalho assinada.
Segundo Gaudio, o app cobra do contratante uma taxa de 16% sobre o valor combinado com o prestador de serviço. O profissional não paga nada. A transferência do valor é feita para uma plataforma de pagamento, que desconta os 16% da My Staff e repassa o restante ao prestador de serviço em até três dias.
Ajuda em situações emergenciais
A ideia para criar o app surgiu, segundo Gaudio, ao identificar "problema de comprometimento dos funcionários". "A falta de uma peça na equipe compromete o atendimento geral", declarou ele, que é diretor de uma marca de bebida no Brasil.
O investimento inicial na empresa foi de R$ 130 mil. Faturamento e lucro não foram revelados. "Nossa meta é recuperar esse investimento em seis meses", disse o dono do My Staff.
"Esse aplicativo é mais para situações emergenciais, e é claro que contratante e prestador de serviço podem, sim, fazer contato direto para outros trabalhos. A ideia do aplicativo é facilitar a vida das empresas e dos profissionais, ao agilizar a contratação de serviços de última hora ou em larga escala", disse Gaudio.
De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), há no país cerca de um milhão de empresas (bares, restaurantes e similares), que empregam mais de seis milhões de pessoas diretamente. O setor faturou R$ 166 bilhões no ano passado.
Check-in, check-out e estrelinhas
Segundo Gaudio, o sistema é parecido com o do aplicativo Uber. "Quando o contratado chega ao local do evento ou bar, por exemplo, ele faz o check-in, mas a hora corrida de trabalho só começa a valer quando o contratante dá o OK no aplicativo", disse. No final do trabalho, o procedimento é o mesmo: check-out do profissional e OK do contratante.
A jornada contratada é de seis horas, no mínimo. Segundo a empresa, o próprio aplicativo calcula o valor extra, caso o profissional fique mais horas além do contratado. O preço por hora varia de R$ 150 a R$ 300.
Há também um sistema de avaliação. O bar ou restaurante avalia o profissional contratado em seis quesitos: pontualidade, simpatia, rapidez, comprometimento, atenção e "prestatividade", e atribui "estrelinhas".
O profissional também opina sobre o local de trabalho, escolhendo entre as opções: "bom ambiente de trabalho", "equipe prestativa", "dificuldade de adaptação com a equipe local" e "dificuldade de comunicação".
"Essa avaliação serve para nos dar feedback dos locais e dos profissionais que intermediamos", afirmou Gaudio. Segundo ele, o prestador de serviço e o estabelecimento vão sendo classificados de acordo com essas avaliações.
Precisa dar segurança e transparência, diz consultor
Para o consultor do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos, o app My Staff facilita a vida e economiza tempo de quem procura e de quem oferece vagas avulsas de trabalho. "O aplicativo não precisa ter essa mão de obra qualificada, apenas faz o serviço de intermediação."
Ele afirmou, no entanto, que a empresa deve dar transparência e segurança nessa intermediação, para, por exemplo, garantir que as pessoas envolvidas sejam idôneas e tenham qualificação necessária. "Para isso, a empresa precisa investir em comunicação e marketing e levar confiança para ambas as partes."
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