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Empresas cobram até R$ 500 para remover piolhos e lêndeas

Inaugurada em São Paulo em 2018, a PiolhoLess é um centro dedicado ao tratamento de piolhos e lêndeas - Divulgação
Inaugurada em São Paulo em 2018, a PiolhoLess é um centro dedicado ao tratamento de piolhos e lêndeas Imagem: Divulgação

Lucas Gabriel Marins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

24/05/2019 04h00

O piolho causa coceira, vermelhidão em algumas partes do couro cabeludo e bastante constrangimento. São comuns histórias com surtos em escolas.

Duas empresas diferentes, uma em São Paulo (Piolho.Less) e outra no Rio (Clínica do Piolho), viram oportunidade de faturar com o problema, oferecendo serviço de remoção desses parasitas da cabeça de crianças e adultos. Os preços por sessão variam de R$ 175 a R$ 250. Quanto mais piolhos e lêndeas grudadas no cabelo, mais caro fica o serviço. Às vezes, é preciso fazer duas sessões, o que dá de R$ 350 a R$ 500 pelo tratamento todo.

Mariana Cobo, 42, proprietária da PiolhoLess, decidiu criar a empresa porque viu negócios parecidos em outras partes do mundo - Divulgação - Divulgação
Mariana Cobo, dona da PiolhoLess, decidiu criar a empresa porque viu negócios parecidos em outras partes do mundo
Imagem: Divulgação
A empresária mexicana Mariana Cobo, 42, que mora no Brasil, é dona da PiolhoLess, em São Paulo. Investimento inicial, faturamento e lucro não foram revelados.

O tratamento dura cerca de uma hora e meia. Na clínica, é usado um pequeno aspirador para remover os piolhos. A segunda etapa é passar um condicionador com óleos naturais e um pente de aço para retirar as lêndeas (ovos de piolhos).

Duas sessões são suficientes, de acordo com Mariana. Como cada uma custa R$ 175, o tratamento completo fica em R$ 350. A clínica atende cerca de 160 pessoas por mês, sendo 60% crianças e 40% adultos.

A empresa também tem opção de franquia. O investimento inicial é de R$ 80 mil, e a taxa de publicidade e marketing é de 5% sobre o faturamento mensal bruto. Faturamento médio mensal, lucro médio mensal e prazo de retorno não foram revelados.

Filhos pegam piolho, e americana decide montar clínica

Há cerca de quatro anos, a norte-americana Joana Stauber, 36, decidiu se mudar para o Brasil com o marido brasileiro e seus três filhos. Nos primeiros dias de escola, eles pegaram piolho.

"Por não encontrar um lugar específico para tratar, como é comum nos Estados Unidos, vi nisso uma oportunidade para iniciar um novo negócio na área", disse ela.

Joana Stauber, 36, é proprietária da Clínica do Piolho, no Rio de Janeiro - Divulgação - Divulgação
Com dificuldade para tratar dos filhos que pegaram piolho, Joana Stauber montou a Clínica do Piolho, no Rio
Imagem: Divulgação

No final de 2017, ela montou a Clínica do Piolho, no Rio de Janeiro. O investimento inicial foi de cerca de R$ 20 mil. Faturamento e lucro não foram revelados.

A empresa oferece tratamento 100% manual, que funciona da seguinte maneira: Joana primeiramente faz a remoção dos piolhos com as mãos e, logo depois, passa um gel condicionador e um pente de aço para acabar com as lêndeas.

O processo dura cerca de duas horas e custa R$ 250. "Na maioria dos casos, uma sessão basta para retirarmos todos, mas, se a infestação for grande, é necessário fazer duas", disse.

A empresa atende 60 pessoas por mês, em média. Cerca de 80% do público é formado por crianças -o restante são mães, babás e avós.

Empresas têm que dar orientações, diz dermatologista

A literatura científica estima que cerca de 30% das crianças brasileiras são afetadas pela infestação de piolhos, conhecida como pediculose. A informação foi repassada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Isso representa mais ou menos 10 milhões de meninos e meninas com até 12 anos, levando em consideração a projeção de população do IBGE.

A médica Clarissa Prati, assessora do departamento de dermatologia pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), disse que as crianças são mais propensas a pegar piolho porque elas têm contato físico maior. "Como ficam mais próximas em escolas, por exemplo, a transmissão de uma para outra é mais fácil", afirmou.

Clarissa disse que empresas na área podem colaborar na diminuição da infestação, que piora em épocas de frio. Elas precisam ter o devido cuidado na hora da remoção e principalmente no momento de dar as devidas orientações.

"Além de tratar da criança, as equipes dessas empresas especializadas em remoção precisam verificar se os outros membros da família têm piolhos e lêndeas e também informar pais e familiares sobre a necessidade de limpar todos os itens pessoais. Caso isso não seja feito, pode ser que a infestação continue".

Onde encontrar:

PiolhoLess - http://piolholess.com.br/

Clínica do Piolho - https://www.clinicasdopiolho.com/

Como as pessoas pegam piolhos?

BBC Brasil