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'Entregava lata de tinta aos 16; hoje tenho franquia e faturo R$ 2,9 mi'

Após 28 anos como funcionário da Tintas MC, Rogério Cavallo comprou loja da marca - Divulgação
Após 28 anos como funcionário da Tintas MC, Rogério Cavallo comprou loja da marca Imagem: Divulgação

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/10/2021 04h00

Aos 16 anos, Rogério Cavallo começou a trabalhar na loja da Tintas MC da Barra Funda, em São Paulo, como entregador, levando, de bike, as latas de tinta até a casa dos clientes. Em seis meses, virou balconista, depois gerente e, após dez anos, foi promovido à gerência regional da marca na Grande São Paulo. Em 2018, virou sócio de uma loja da empresa em Alphaville. Comprou a unidade em 2020, ano em que o negócio faturou R$ 2,9 milhões.

"Estava nesse mercado e na Tintas MC havia 28 anos, mas não tinha como crescer mais na empresa. Percebi que o melhor modo para evoluir seria investindo em uma franquia da marca", afirmou Cavallo, 47.

De bicicleta, entregava as latas de tinta

Vindo de uma família de classe média baixa, Fernandes começou a trabalhar em dezembro de 1990, aos 16 anos, para ganhar seu próprio dinheiro. "Eu ia de bicicleta levar latas de tinta da unidade da Barra Funda até a casa dos clientes. Cheguei a carregar, de uma vez só, quatro latas de 18 litros na bicicleta; duas na cesta da frente e duas na traseira", disse.

Seis meses depois, ele foi promovido para a função de balconista na mesma loja da Barra Funda e, em 1994, virou gerente da unidade.

Aos 22 anos, em 1996, Cavallo passou a administrar a unidade da Tintas MC de Santo Amaro, em São Paulo. Após alguns meses, em 2007, ele iniciou uma nova etapa na empresa: gerente regional da marca na região metropolitana de São Paulo. Ficou no cargo por cerca de dez anos.

Em 2018, Cavallo tornou-se sócio de uma loja própria nova que a Tintas MC abriu em Alphaville, em Barueri (SP). Investiu R$ 130 mil para adquirir 20% do negócio (os outros 80% eram da própria franqueadora).

"No começo, a maior dificuldade foi conseguir público começando do zero. Foi preciso conquistar cada morador para que a unidade desse certo", disse.

Comprou a loja toda antes de a pandemia começar

Cavallo comprou a loja toda no início do ano passado, mas não revela quanto investiu na operação, passando a ser franqueado da marca. A sua franquia faturou R$ 2,9 milhões em 2020. O lucro foi de 8%.

A pandemia foi outra dificuldade enfrentada por Cavallo. "A crise sanitária chegou ao Brasil três meses depois que eu comprei 100% do negócio", afirmou. Segundo ele, o fechamento da loja por duas semanas no começo do isolamento social fez com que o volume de vendas da loja caísse 50% em abril e maio.

Para reverter a queda nas vendas, Cavallo diz que apostou em dois outros canais: telefone e WhatsApp. "Impulsionamos o WhatsApp e a televenda ativa por telefone junto a nossos clientes", afirmou. Hoje, 75% das vendas da loja vêm desses canais.

Além de tintas, a empresa tem diversos outros produtos no catálogo, como impermeabilizantes, solventes, acessórios e equipamentos de segurança, entre outros. A loja tem cinco funcionários.

Prospectar novos clientes e olhar a concorrência

Cássio Ferraro, consultor de marketing do Sebrae-SP, diz que Rogério Cavallo soube aproveitar o momento para investir no seu negócio. "Por ter trabalhado tantos anos na Tintas MC, ele já conhecia as particularidades do negócio e da empresa e identificou aí uma oportunidade de empreender sozinho no mesmo segmento", afirmou.

Outro ponto forte, diz o consultor, foi que durante a pandemia Cavallo implementou ações para melhorar as vendas. "Mas ele também aproveitou um fator externo do mercado na pandemia: a procura por reformas. Com mais tempo em casa, as pessoas perceberam que precisavam fazer pequenas reformas para conciliar o ambiente com o home office. Isso favoreceu as empresas do setor", explicou.

Ferraro diz, no entanto, que o empreendedor deve ficar atento à sazonalidade do negócio. "Não é todo dia que você faz reforma em casa. Por isso, o empreendedor precisa identificar qual é o seu mercado para a sobrevivência do seu negócio. Isso requer fazer a manutenção do relacionamento com a sua clientela, mas também prospectar novos clientes."

Diversificar sua gama de produtos e ficar de olho na concorrência também são preocupações pertinentes.

Olhar o quintal do vizinho é necessário e saudável. Não é copiar o que o concorrente faz, mas analisar o que está sendo feito no mercado e ir atrás dessas inovações.
Cássio Ferraro, consultor de marketing do Sebrae-SP

Onde encontrar:

Tintas MC Alphaville - Instagram e no WhatsApp: (11) 99938-4190