Abriu escola de karatê, atuou no Carandiru e fatura R$ 113 mi com academias
Léo Aguiar, 68, abriu uma escola de karatê em 1974, em São Paulo, com o nome Gaviões do Karatê. Era o único professor. Com o tempo, novas modalidades foram sendo incluídas e, nos anos 2000, passou a se chamar Academia Gaviões. Mas o negócio bombou mesmo dois anos depois, quando em 2002 as unidades começaram a funcionar 24 horas por dia.
Em 2019, ele abriu franquias. Hoje, são 31 unidades em funcionamento. O faturamento foi de R$ 113 milhões em 2023.
Escola funcionava em garagem alugada
Foi no ponto de ônibus que um conhecido comentou sobre um filme de karatê que havia visto. "Ele me contou que o cara pulava de uma casa para outra, de muro em muro, e isso me deixou encantado", diz Aguiar, que na época tinha 16 anos. Ele se interessou tanto que começou a treinar karatê em 1972.
Dois anos depois, ele abriu sua primeira escola: a Gaviões do Karatê. O local funcionava em uma garagem alugada no bairro do Tucuruvi (zona norte de São Paulo). Aguiar era o único professor e dava aulas à noite três vezes por semana.
Com o tempo, o número de alunos foi aumentando, e ele alugou um ponto maior. Também ampliou os horários e incluiu aulas de musculação na grade da academia. Usou latas cheias de concreto para fazer os pesos usados pelos alunos. Em 1977, comprou os primeiros três aparelhos de musculação.
Ele foi agente penitenciário no Carandiru
Mesmo sendo dono da academia, Aguiar teve outros empregos. "Não tinha estrutura financeira para me manter só com a academia. Por isso, trabalhei em outros locais", afirma. Trabalhou no Bradesco e depois no Complexo Penitenciário do Carandiru (hoje demolido), após passar no concurso público.
Atuou como agente penitenciário por nove anos, de 1982 a 1991. Seu trabalho era fazer rondas periódicas pelas celas e corredores, revista de visitantes, fiscalizar o cumprimento das regras pelos detentos, entre outras.
Pediu exoneração do cargo para focar totalmente em seu negócio.
Esposa foi aluna de karatê
Aguiar conheceu a futura esposa na academia, em 1980. Roseli era aluna de karatê. "Um belo dia entrou uma jovem, para fazer aulas de karatê. Ela era diferente na forma de executar os golpes. Tinha muitas habilidades, e isso chamou a minha atenção", declara. Eles se casaram em 1982, e a festa foi realizada dentro da academia.
Para atrair o público feminino, Roseli sugeriu incluir novas aulas no espaço, como jazz e ginástica.
O negócio virou marca de franquia
O nome do negócio mudou para Academia Gaviões. "O nome foi mudando aos poucos, mas se firmou a partir dos anos 2000, pois não havia mais sentido chamar de Gaviões do Karatê, já que o karatê não era mais a nossa única atividade", diz.
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Quero receberO nome não faz referência ao Corinthians, como muitos podem pensar. Segundo Aguiar, o nome remete ao próprio karatê. "É prática comum do esporte as academias receberem nomes de animais", diz.
A academia passou a funcionar 24 horas por dia, e isso fez o negócio bombar. "Praticamente, não havia isso em São Paulo, e essa novidade agradou muito o nosso público", diz. Na época, eram duas academias.
Hoje, a rede tem 31 unidades em funcionamento. Destas, 11 são próprias. A maioria funciona 24 horas (uma das exceções são as unidades localizadas em shoppings, por exemplo). Outras 32 estão em implantação, entre elas uma franqueada no Paraguai. O investimento inicial da franquia é de R$ 2 milhões. A área mínima exigida é de 900 m².
Todas as unidades têm um espaço VIP para iniciantes e idosos. A ideia é que eles, primeiro, se adaptem às máquinas para depois treinar juntos aos demais alunos. No total, são cerca de 400 professores e uma média de 150 mil alunos, em sete modalidades de aulas, como musculação 24h, artes marciais e ginástica.
Em 2023, o faturamento foi de R$ 113 milhões; lucro de 40%.
A Academia Gaviões é uma empresa familiar. Os três filhos do casal (Priscila, Leandro e Daniel) atuam na empresa. Aguiar e Roseli dividem a presidência da rede Academia Gaviões.
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