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Quando é hora de trocar o plano de previdência privada?

Satenik Guzhanina/Getty Images/iStockphoto
Imagem: Satenik Guzhanina/Getty Images/iStockphoto

Natalia Gómez

Colaboração para o UOL, em Maringá (PR)

09/04/2019 04h00

Ao lado da poupança, os planos de previdência privada são os que mais recebem críticas de especialistas em investimentos. Isso acontece porque muitos têm um rendimento inferior ao CDI, que é a principal referência que os ativos de renda fixa buscam superar, além de cobrarem taxas de administração consideradas altas.

Outro ponto é que são feitos para o longo prazo, e o investidor pode perder muito dinheiro com a mordida do Imposto de Renda se sacar o investimento cedo demais.

O UOL conversou com especialistas para saber quando é hora de trocar o plano de previdência privada e o que é preciso levar em conta antes de fazer isso.

Verifique o rendimento

O primeiro passo é analisar qual tem sido o rendimento da aplicação. Para isso, verifique na sua instituição financeira a informação mensal divulgada sobre o produto, que contém seu histórico de rendimentos e um gráfico mostrando a rentabilidade em comparação com o CDI.

"Em uma só folha você encontra todas as informações de que precisa para avaliar o produto", afirmou Miryan Lund, planejadora financeira certificada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros.

Caso o rendimento da aplicação esteja abaixo do CDI, o investidor deve considerar uma mudança de produto. É possível conseguir um rendimento equivalente ao CDI no Tesouro Direto, segundo a economista e consultora financeira Andreia Fernanda, da consultoria Rico Foco.

Ela disse que não é difícil encontrar fundos de previdência com rendimento de 80% ou 90% do CDI, e muitas vezes o problema está na alta taxa de administração cobrada pelo fundo.

Rendimento baixo: o que fazer?

Se o rendimento não está bom, aja com cautela. Sacar os recursos pode não ser uma boa opção: para planos com tributação regressiva, a alíquota de IR começa em 35% nos dois primeiros anos da aplicação e cai para 10% após dez anos. Na tributação progressiva, a alíquota é de 15% no momento do resgate. Mas pode chegar a 27,5% na hora da declaração de ajuste anual do IR. Para quem está perto de se aposentar, o resgate também pode não ser a melhor saída.

Nesses casos, a solução é pedir a portabilidade do dinheiro para outro plano de previdência da mesma instituição financeira ou de outra.

Segundo o consultor financeiro Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, o cliente deve conversar com o gerente para pedir uma alternativa mais rentável e, se não ficar satisfeito, buscar outra instituição. Segundo ele, cada 1% a mais de rentabilidade compensa a mudança.

"Já vi casos de clientes de grandes bancos que conseguiram maior rentabilidade dentro da mesma agência e com o seu próprio cliente", disse. Segundo ele, a iniciativa deve vir do cliente. "O gerente do banco nunca vai falar isso para você, é a pessoa que precisa perguntar."

Como saber a alíquota de IR?

Se você não sabe qual é a alíquota de IR que pagaria para sacar o dinheiro de seu fundo de previdência hoje, deve perguntar ao gerente do banco.

Uma forma de perguntar, segundo Calil, é questionar quanto pagaria de IR se sacasse os recursos da previdência para comprar um imóvel. "Aí o gerente vai falar qual é a pancada que você vai receber do IR em caso de saque."

A maioria dos bancos deixou de cobrar uma taxa de carregamento para resgate dos fundos de previdência.

Que taxas são aceitáveis?

Para fundos de previdência que aplicam os recursos em renda fixa, que são considerados os mais conservadores, a taxa de administração deve ser menor que 1%, de preferência 0,5%, segundo a planejadora financeira Miryan.

Para fundos de previdência multimercado, que investem em ativos variados, Miryan afirmou que a taxa pode ser de 2% e ainda garantir um ganho interessante.

Segundo ela, os fundos de previdência multimercado têm despertado mais interesse dos brasileiros devido aos retornos maiores, mas eles são indicados para quem tem um perfil de investimento moderado ou arrojado, ou seja, que aceitam correr um pouco mais de risco em troca de ganhos maiores.

Para quem entende de investimentos

Para quem se sente seguro para investir o dinheiro sozinho e tem o conhecimento necessário para fazer isso, os especialistas alertam que é possível ganhar acima do CDI sem a ajuda do plano de previdência privada.

Hoje em dia, os clientes conseguem acessar praticamente todos os investimentos que um gestor de fundo consegue acessar, exceto aqueles voltados para clientes profissionais, que investem mais de R$ 10 milhões.

A grande vantagem do plano de previdência privada é a comodidade, já que o gestor vai cuidar dos investimentos para o cliente.

"A grande questão é que a maioria das pessoas não conhece tanto sobre finanças, e a taxa de administração paga é o custo para que as outras pessoas façam este trabalho", declarou Andreia Fernanda.

Planos antigos que valem a pena

Quem tem planos antigos, feitos há mais de dez anos, deve tomar um cuidado adicional na hora de mudar de plano. Muitos planos antigos oferecem renda vitalícia para os aposentados, o que deixou de existir nos últimos anos. Hoje, a maioria dos planos oferece renda temporária por apenas dez anos.

Ou seja, se o seu plano antigo garante renda vitalícia, provavelmente não vai valer a pena trocar por um novo, com renda temporária. "Se você tem um plano com renda vitalícia, não saia dele", disse a consultora da Rico Foco.

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