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Quer ganhar juros semestrais? Tesouro pode pagar, mas sempre vale a pena?

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

14/06/2019 04h00

Se você for investir no Tesouro Direto, verá que alguns títulos públicos possuem a nomenclatura "com juros semestrais" e outros não. Afinal, qual é a diferença? Qual deles escolher?

O título "com juros semestrais" paga ao investidor, a cada seis meses, o rendimento proporcional ao valor aplicado. Esse rendimento, também chamado de cupom, é calculado com base na taxa de juros contratada no momento da compra do papel.

O título que não tem essa nomenclatura também rende juros, mas o rendimento não é distribuído periodicamente. Ele acumula juros ao longo de todo o período do investimento. O pagamento dos juros acontece apenas no vencimento do título ou no momento do resgate, caso você saque antes do prazo.

Há quatro títulos com juros semestrais

Atualmente, há quatro opções de títulos "com juros semestrais":

  • Tesouro IPCA+ 2026 (que vence em 2026)
  • Tesouro IPCA+ 2035
  • Tesouro IPCA+ 2050
  • Tesouro Prefixado 2029

Os três primeiros oferecem a correção do investimento pelo índice de inflação (IPCA) mais uma taxa de juros, que é informada no momento da compra. O Tesouro Prefixado, como o próprio nome diz, possui uma taxa de juros prefixada, que também é conhecida no momento da compra.

Os títulos do tipo Tesouro Selic não têm a opção de juros semestrais, porque esse produto é pós-fixado, ou seja, o rendimento é sempre calculado e pago no momento do resgate com base em um indexador (a taxa Selic).

Nos papéis prefixados ou atrelados à inflação, a taxa de juros é conhecida previamente, o que permite a distribuição de juros periodicamente.

Quando escolher um papel com juros semestrais?

O título que paga juros semestralmente é indicado para quem precisa daquele dinheiro a cada seis meses para complementar sua renda.

"É um produto indicado para quem não exerce mais atividade remunerada ou se aposentou e precisa compor uma renda constante ao longo do tempo para cobrir suas despesas", disse Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest.

Qual é a desvantagem?

O principal inconveniente é a incidência de Imposto de Renda sobre os juros pagos semestralmente. A alíquota é regressiva: começa em 22,5% sobre os rendimentos recebidos até seis meses após a aplicação e cai gradativamente, até 15% para investimentos com mais de dois anos.

Outro problema é o fato de o rendimento ser pago semestralmente. Se você depender dessa renda para se manter, precisará se organizar para que os juros cubram suas despesas por seis meses, até o próximo pagamento.

Entretanto, o pagamento dos juros não é feito na mesma data para todos os títulos. É possível fazer uma combinação de investimento entre os títulos disponíveis, de forma que os juros sejam pagos em um período mais curto.

"Você tem papéis que pagam juros em janeiro e julho, em fevereiro e agosto, e em maio e novembro. É apenas uma questão de fazer um bom planejamento financeiro e distribuir o dinheiro entre os títulos", disse Macedo.

Quando optar pelo título sem juros semestrais?

Se você não precisa dos juros para cobrir suas despesas e pretende reinvestir esse rendimento, a melhor opção é comprar os títulos que pagam os juros apenas no vencimento.

Atualmente, o Tesouro Direto oferece cinco títulos com essa característica:

  • Tesouro IPCA+ 2024
  • Tesouro IPCA+ 2035
  • Tesouro IPCA+ 2045
  • Tesouro Prefixado 2022
  • Tesouro Prefixado 2025

"É o tipo de papel mais indicado para quem está na fase de acumulação de recursos, especialmente para formar renda para a aposentadoria. Esse título aproveita o efeito dos juros sobre juros, o que faz o bolo final crescer mais."

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