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Alta do dólar deixou você interessado em investir na verdinha? Veja se vale

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

04/01/2020 04h00Atualizada em 04/01/2020 16h37

Resumo da notícia

  • Investir em dólar faz sentido se você terá uma despesa em dólar no futuro, por exemplo, para se proteger de oscilações
  • Se o objetivo for diversificar, recomendado é aplicar até 5% porque risco é alto
  • Fundos cambiais e ações de empresas norte-americanas são opções
  • Outras são contratos de dólar futuro e ETFs

O dólar comercial vem batendo um recorde atrás do outro, atraindo a atenção de quem quer ganhar com a moeda norte-americana.

Uma das maneiras de fazer isso é investir no exterior, mas o processo é burocrático, e alguns produtos só estão disponíveis para quem tem pelo menos R$ 1 milhão livre para aplicar —o chamado investidor qualificado. Para quem não tem essa grana toda, há algumas opções dentro do Brasil, detalhadas abaixo.

Quando vale a pena investir em dólar

Aqui vai uma dica de especialistas de mercado: investimentos em ativos ligados ao dólar nem sempre são uma boa ideia. Essa opção faz mais sentido para quem vai ter despesas em moeda estrangeira no futuro, pois, assim, o investidor fica protegido das oscilações.

Da mesma forma, o tamanho do gasto que a pessoa vai ter no exterior é que irá determinar quanto ela deve investir em ativos ligados ao dólar. "Não tem alocação ideal perfeita, porque isso depende de cada pessoa. Quem vai mandar o filho para fazer uma faculdade no exterior tem um objetivo bem diferente de quem vai apenas passar duas semanas de férias lá fora", disse o sócio e gerente de alta renda da Genial Investimentos, Fellipe Nogueira.

Outros casos que justificam investimentos ligados ao dólar, por exemplo:

  • pessoas com tratamento de saúde no exterior programado;
  • profissionais autônomos, como dentistas ou médicos, que precisam comprar algum equipamento importado.

Quem não tem nenhum tipo de despesa em dólar no radar pode aplicar em moeda estrangeira como forma de diversificar os investimentos, mas com parcimônia, dizem os especialistas. "Para quem quer diversificar investimentos, esse tipo de aplicação pode ser de até 5%", disse Nogueira, lembrando que investir em dólar tem risco de perda.

Nenhum dos investimentos têm garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Também é preciso ter cuidado com o prazo de aplicação. "Para quem pensa muito no curto prazo, investir em dólar não é muito indicado, até pela volatilidade do câmbio", afirmou o sócio diretor do banco digital Modalmais, Ronaldo Guimarães.

Alguns investimentos ligados ao dólar

Fundos de investimento cambial: É possível aplicar nesses fundos, que colocam até 80% do patrimônio em contratos de dólar e outros ativos relacionado à moeda norte-americana, como ouro. O recolhimento do Imposto de Renda é na fonte, e apenas quando há lucro na operação, via tabela regressiva. Mas tem o come-cotas e cobra taxa da administração.

Ações de empresas norte-americanas: É possível comprar ações de empresas norte-americanas aqui na Bolsa brasileira por meio das BDRs, as "Brazilian Depositary Receipts". São títulos com lastro em ações de companhias negociadas nas Bolsas dos EUA. Para aplicar nesses papéis, o sistema é o mesmo de comprar ações de companhias brasileiras. Basta abrir conta em uma corretora e, por meio dela, negociar compra e venda dos ativos. O investidor vai pagar uma taxa de corretagem para cada ordem de compra ou venda, que varia de acordo com a corretora. O Imposto de Renda é de 15% sobre o lucro, pago por meio de Darf.

Contratos de dólar futuro: É possível comprar esses contratos com a partir de R$ 50. É preciso ter conta em corretora, que vai negociar os contratos desse tipo na Bolsa por você. É como se você fizesse uma aposta, colocando dinheiro em determinada cotação que o dólar pode atingir no futuro —em um mês, dois meses etc. O problema é que você pode perder a aposta e, consequentemente, toda a sua aplicação. "É uma aplicação para investidor agressivo", disse Nogueira, da Genial. Outra desvantagem é que o pagamento de IR não é na fonte. Ou seja, tem que pagar IR via Darf.

Exchange Traded Fund (ETF): Os ETFs são fundos que investem em índices de ações de Bolsas. Da mesma forma que existe o Ibovespa no Brasil, há índices que representam uma média do desempenho de Bolsas no exterior, como o S&P 500, na Bolsa de Nova York. As cotas desse tipo de fundo são negociadas aqui, na Bolsa brasileira, como se fossem ações. É necessário abrir uma conta em corretora no Brasil para comprar e vender ETFs, que recebem aplicações a partir de R$ 200. Como outros tipos de fundos, eles têm taxa de administração, que são baixas, abaixo de 1%, além de IR.

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