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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Selic a 7,75% e vem mais por aí: isso é bom?

Valter Police

01/11/2021 04h00

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, aumentou a taxa básica de juros para 7,75% ao ano e já deu a entender que fará mais um aumento de 1,5 ponto percentual na próxima reunião ainda neste ano. A última vez que tivemos um aumento dessa magnitude foi lá pelos idos de 2002. Assim, deveremos fechar 2021 com os juros básicos em 9,25% ao ano, patamar que não alcançávamos desde julho de 2017. Para o ano que vem a previsão é de mais altas, com algumas projeções indicando que poderemos chegar a um pico de mais de 11% antes de podermos inverter a direção e começarmos novamente a reduzir os juros.

Existem diversas questões relevantes sobre esse tema, como os motivos que levam o Banco Central a elevar os juros dessa forma ou os impactos no consumo, no crédito, nos investimentos produtivos, no mercado imobiliário, na inflação, entre outros. Além disso, esse cenário também exige que muita gente tenha uma atitude diferente com relação ao consumo, com mais pesquisa e menos compras por impulso, além de tomar ainda mais cuidado com o uso do crédito, que está bem mais caro e pode criar um "buraco" no orçamento do qual será difícil sair.

Leia o artigo completo abaixo.

No entanto o tema que quero tratar com você tem a ver com os seus investimentos. Embora o cenário esteja recheado de incertezas, também temos boas práticas que resistem a momentos turbulentos.

Com a alta na taxa de juros, seus investimentos em renda fixa rendem mais, com o famoso "1% ao mês", o que pode parecer ótimo em um primeiro momento. No entanto, se você lembrar que os juros subiram por causa da inflação e subtrair essa inflação do rendimento você obterá o que chamamos de "rendimento real" e, nesse caso, provavelmente terá uma decepção.

Os juros devem terminar o ano em 9,25%, mas a previsão de inflação para 2021 é aproximadamente essa. Ou seja, no máximo, o poder de compra está preservado, mas o patrimônio não está crescendo em termos reais.

Esse cenário é melhor se comparado ao da renda fixa de até pouco tempo atrás, quando os juros reais estavam bastante negativos, o que não é uma característica esperada para um país com as nossas condições econômicas.

Então, como ter ganhos acima da inflação?

A receita, por incrível que pareça, é a mesma em tempos de crise ou de bonança: ter uma carteira diversificada, que contenha renda fixa atrelada a taxas de juros, outra parte atrelada a inflação, multimercados, investimentos internacionais, ações, entre outros.

Com uma carteira assim, uma parte dos investimentos poderá "sofrer", mas outra parte não, reduzindo as oscilações da carteira como um todo e potencializando as expectativas de retorno.

Talvez você esteja se perguntando se investir na Bolsa pode ser uma furada, já que ela vem caindo bastante e sabemos que haverá mais turbulência ao menos até a eleição do ano que vem. Tente ver por outro lado: as quedas são oportunidades de se tornar sócio de empresas por um preço mais barato, comprando participações maiores pelo mesmo dinheiro.

Além disso, todas as crises passam, mas ninguém sabe o momento da retomada e, assim, ficar fora do mercado pode fazer com que você perca boas oportunidades.

O segredo dos bons investidores, além de terem uma carteira diversificada dentro de seus perfis de risco, é terem um comportamento no qual não fazem movimentos estratégicos que afetam o longo prazo com base em movimentos de curto prazo da economia, mesmo que esse curto prazo pareça doloroso nos meses em que ocorrem.

Eles não acompanham o mercado tão de perto para não cair na tentação de tomar decisões emocionais. Faça o mesmo e tente fugir do "efeito manada", querendo seguir a multidão na busca pelo investimento que mais vai render. Isso não existe.

Ah, fornecedores de investimento profissionais e de confiança, com interesses alinhados aos seus, completam o "pacote vencedor".

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.