Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O que a vida da rainha Elizabeth 2ª pode ensinar aos seus investimentos

Rainha Elizabeth 2a: deve prevalecer o foco no longo prazo e o compromisso com aportes recorrentes - Max Mumby/Indigo/Getty Images
Rainha Elizabeth 2a: deve prevalecer o foco no longo prazo e o compromisso com aportes recorrentes Imagem: Max Mumby/Indigo/Getty Images
Lucas Elmor

19/09/2022 04h00

Você já se perguntou o que a rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª, tem a ver com os seus investimentos? Trata-se de uma pergunta capciosa e aparentemente sem sentido, não é mesmo? Contudo, apesar de toda a aleatoriedade aparente envolvida nessa resposta, existe uma verdade inescapável em nossas vidas: a morte.

Apesar de ser impossível escapar do fim da vida, avanços recentes na sociedade têm provocado um aumento significativo da expectativa de vida das pessoas, como foi o caso da Rainha Elizabeth, e essa mudança provoca impactos em várias áreas das nossas vidas.

Vejamos, então, a seguir como a longevidade e a Rainha da Inglaterra estão relacionadas com o seu dinheiro e a forma de enxergar os seus investimentos.

A morte da Rainha Elizabeth 2ª estampou as capas de todos os jornais mundo afora e foi destaque em reportagens dos mais variados temas. Não era para menos. A monarca reinou por mais de 70 anos, um dos reinados mais longevos de que se tem registro na história da humanidade, e era presença forte, tanto dentro da Família Real quanto na sociedade do Reino Unido.

Um dos assuntos mais abordados nas matérias, e que acredito que seja bastante relevante para o contexto atual, é o aumento na expectativa de vida e os impactos diversos no cotidiano das pessoas e, em última análise, na estrutura da sociedade como um todo.

O benefício de uma vida longa não é exclusividade da monarquia britânica. O "homo habilis", primeiro ser humano a habitar a terra há mais de 2,5 milhões de anos, vivia aproximadamente 30 anos, enquanto a expectativa de vida atual é muitas vezes maior.

Esse aumento é resultado da melhora da qualidade de vida das pessoas, avanços da medicina e da tecnologia em geral. Contudo, possui impacto significativo na vida de todos, pois gera as mais diversas demandas em áreas como a saúde, psicologia, alimentação e, em especial, finanças e previdência, que é o tema central deste artigo.

O reflexo da longevidade na forma de enxergar as finanças pessoais é um assunto relevante em todo o mundo atualmente, tendo gerado muitos debates recentes e até reformas dos planos de previdência pública e privada em diversos países, incluindo o Brasil.

A expectativa de vida do brasileiro, que era de 52 anos na década de 1960, vem melhorando ao longo do tempo e está na casa dos 77 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como tudo no mundo da economia é relativo, esse benefício de mais anos de vida carrega consigo também uma necessidade de acúmulo de capital maior para conseguir pagar as contas quando nossa capacidade produtiva for reduzida. Segundo estatística recente divulgada pelo Serasa, mais de 11 milhões de pessoas com mais de 60 anos estão endividadas, triste realidade que é reflexo da falta de educação financeira do brasileiro médio e do aumento da expectativa de vida.

A rainha possuía uma fortuna estimada em centenas de milhões de dólares e é, obviamente, uma exceção à regra. Para o investidor comum, que não possui a fortuna da Família Real como herança à sua disposição, é necessário pensar no patrimônio de maneira planejada e organizada, sob o risco de passar dificuldades financeiras quando a terceira idade chegar.

Segredo é pensar no longo prazo

Para compreender a filosofia de investimento com foco em longo prazo, é importante entender a dinâmica de construção de patrimônio. De forma muito resumida, a construção de patrimônio das pessoas pode ser dividida em quatro fases:

  1. Quando são crianças/adolescentes, dependem dos pais e/ou responsáveis para se sustentarem;
  2. Quando jovens, começam a gerar renda própria, mas, usualmente, ainda insuficiente para poupar de forma significativa. Na sequência, as pessoas ascendem em suas profissões, aumentam a renda e entram na próxima fase
  3. Acumulação de capital
  4. Fase de fruição, última fase da vida, em que a pessoa já está perdendo capacidade produtiva e utiliza o patrimônio acumulado ao longo da vida para se sustentar.

Para fins didáticos, vamos concentrar nossa análise no mindset necessário para o investidor durante a fase iii, de acumulação de capital.

A Rainha Elizabeth II disse certa vez: "It's worth remembering that it is often the small steps, not the giant leaps, that bring about the most lasting change". Numa tradução livre, a frase significa que usualmente são os pequenos passos, e não os grandes saltos, que trazem os resultados que são mais duradouros. Trazendo esse tema para a realidade do mundo dos investimentos, podemos resumir esse pensamento em uma única palavra: disciplina.

Na prática, isso significa que para se proteger do risco de longevidade no portfólio de investimentos, deve prevalecer o foco no longo prazo e o compromisso com aportes recorrentes.

Os grandes investidores, considerados gurus do mercado financeiro, fizeram fortunas ao longo dos anos utilizando um processo disciplinado e estruturado de alocação de capital. Talvez uma das mais célebres frases nesse sentido seja do megainvestidor Warren Buffett, que disse certa vez que o mercado financeiro é uma máquina de transferência de riqueza dos impacientes para os pacientes.

Além disso, em tempos de redes sociais e marketing digital, é importante frisar que o investidor deve fugir das propagandas mirabolantes que oferecem oportunidade de ficar rico em pouco tempo com retornos absurdamente altos.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

PUBLICIDADE

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL