Investimentos em FIIs e FIAgros são atraentes e isentos de IR; confira

A diversificação de investimentos é uma das principais orientações de especialistas do mercado financeiro para diminuir riscos e maximizar retornos dos investidores. Outra sugestão comum é que a carteira não deixe de contar com opções isentas de Imposto de Renda e que gerem dividendos, ou seja, rentabilidade mensal.

Por isso, é importante conhecer de forma mais aprofundada as principais alternativas nesse sentido: os fundos imobiliários (FIIs) e os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (FIAgros).

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Mas, antes de detalhar sobre os FIIs e FIAgros, é preciso entender o contexto em que esses investimentos estão inseridos para além da obviedade de seus nomes, que já declaram que um dos fundos investe em ativos relacionados ao mercado imobiliário, e o outro foca no setor de agronegócios.

Além dessa definição trivial, por trás destas opções de investimento podem ter ativos relacionados à securitização.

O que são esses investimentos em empréstimos? As securitizadoras são as responsáveis por converter os empréstimos de empresas de determinados segmentos, como imobiliário e agronegócio, em títulos de renda fixa a serem vendidos para investidores via mercado de capitais. Esses títulos são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócios (CRAs).

Na prática, as empresas recebem à vista o valor negociado com a securitizadora, o que as permite financiar seus projetos, e devolvem essa quantia aos investidores com juros, dentro de um prazo estipulado.

Mas a pergunta que costuma surgir é: Por qual motivo essas companhias não fazem esses empréstimos tão relevantes para a sua expansão por meio de linhas de crédito bancárias? E a resposta é simples.

Muitas vezes, as empresas desses setores não encontram opções de financiamento por meio dos tradicionais empréstimos em bancos. E, quando encontram, a securitização é uma opção adicional para a alavancagem da tomadora e uma alavancagem saudável pode fazer com que essa empresa cresça mais rápido e/ou aumente a rentabilidade para seus acionistas. Portanto, a securitização preenche essa lacuna e intermedeia o acesso das companhias aos financiamentos de investidores.

Por que esses investimentos são isentos de IR? Para os investidores, a principal vantagem de comprar esses títulos de dívida é a isenção de Imposto de Renda. Isso acontece porque o agronegócio e o imobiliário são segmentos essenciais para o desenvolvimento da economia.

O primeiro, por exemplo, representa quase um terço (mais especificamente, 27,4%) do PIB brasileiro em 2021. Por isso, para estimular o aporte nesses investimentos que viabilizem a ascensão de tais setores, o governo decidiu pela não incidência de tributos, diferente do que acontece com grande parte dos investimentos.

No entanto, muitos CRIs e CRAs não podem ser adquiridos por todos, porque são voltados apenas para investidores qualificados ou profissionais, ou seja, que possuem patrimônios superiores aos valores de R$ 1 milhão e R$ 10 milhões, respectivamente, aplicados em investimentos.

Onde os FIIs se encaixam nesse cenário? E aqui entram os FIIs de papel, fundos que investem em CRIs, e os Fiagros de crédito, fundos que compram CRAs. Os dois investimentos também são isentos de Imposto de Renda e, como diferencial, são voltados para investidores em geral, inclusive pessoas físicas. E, portanto, democratizam o acesso a esses papéis.

A junção de todos esses fatores —criação de instrumentos financeiros que viabilizam o financiamento de empresas de setores essenciais para a economia e, portanto, são isentos de Imposto de Renda para investidores em geral— gera uma relação de ganha-ganha para ambos os lados.

Os números mostram isso. Os Fiagros, por exemplo, existem há pouco mais de um ano e já totalizaram mais de R$ 5 bilhões em captação, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Sobre os certificados de recebíveis, entre janeiro e setembro de 2022, a Anbima indica que houve R$ 33,3 bilhões em emissões de CRA, mais que o dobro em relação ao mesmo período de 2021, e R$ 32,6 bilhões de CRI, aumento de 50% em comparação com o ano anterior.

E, a tendência é que a evolução desses valores seja crescente, já que a educação financeira tem se fortalecido entre os brasileiros e, assim, muitos investidores têm entendido as vantagens de comprar esses títulos de renda fixa.

Vale investir? Além de contar com isenção de Imposto de Renda, esses investimentos estão atrelados à Selic ou ao CDI, o que os torna mais atrativos em um momento em que a taxa de juros está no patamar de 13,75%, e não deve desacelerar drasticamente no curto prazo. E, por fim, a maior parte dos FIIs e FIAgros conta com rendimentos mensais, que podem ser retirados ou reinvestidos.

Portanto, a decisão pela diversificação da carteira de investimentos por meio de FIIs de papel e FIAgros de crédito costuma ser positiva. O cuidado, porém, é entender os investimentos feitos e quem está por trás da gestão dos seus recursos.

Para isso, é preciso pesquisar. As gestoras dos fundos de investimento publicam mensalmente materiais que informam as características desses investimentos, como qual a estratégia definida, assim como os valores das taxas de gestão e a performance dos últimos meses. Depois desse estudo, basta escolher as opções que se encaixam dentro do seu perfil de investidor e fazer seus aportes.