3 investimentos de menor risco que podem render mais com a inflação
Depois de três meses de deflação, o Brasil voltou a ter inflação em outubro, o que afeta a rentabilidade de diversos investimentos.
Na minha coluna anterior, expliquei que alguns fundos de investimento imobiliário tendem a pagar um rendimento maior com a volta da inflação.
Agora, vamos falar de aplicações com um risco mais baixo que a renda variável. Veja abaixo três investimentos mais seguros que tendem a render mais agora que os preços da economia brasileira estão novamente em alta.
Tesouro IPCA
Entre os três tipos de título do Tesouro Direto, o chamado Tesouro IPCA é o único diretamente beneficiado com a volta da inflação.
O Tesouro IPCA tem esse nome porque segue o IPCA, principal indicador de preços da economia nacional. Quanto maior o IPCA, maior o rendimento do Tesouro IPCA.
Por exemplo, atualmente os títulos da categoria Tesouro IPCA estão com uma rentabilidade acima de IPCA mais 6% ao ano. Isso significa que uma inflação de 1% ao ano faria com que a rentabilidade desses papéis ficasse em 7% anuais, aproximadamente. Já uma inflação de 10% ao ano levaria o rendimento bruto para mais de 16% ao ano.
Apenas lembre-se de que você precisa carregar o Tesouro IPCA até a data de vencimento do título. Se resgatar o dinheiro antes, não há nenhuma garantia de que terá a rentabilidade prometida.
Pode ser que, daqui a alguns meses, seus investimentos no Tesouro estejam com um valor menor do que o aportado. Se isso ocorrer, tenha paciência porque se aguardar até o vencimento receberá a rentabilidade prometida.
CDB atrelado à inflação
Assim como o Tesouro IPCA, existem CDBs atrelados à inflação. Com o aumento do IPCA, esse tipo de CDB também passa a render mais.
O CDB tem duas vantagens em relação ao Tesouro. A primeira é a rentabilidade. Enquanto o Tesouro está hoje rendendo um pouco mais do que IPCA mais 6%, existem CDBs com retorno de IPCA mais 7%, 8% e até 9%, como é o caso de um CDB oferecido pela corretora Órama.
A outra vantagem do CDB em comparação com o Tesouro Direto é o prazo do investimento. Atualmente, o Tesouro IPCA com prazo mais curto vence em agosto de 2026. Já em CDB é possível obter vencimento em apenas 12 meses com rentabilidade de IPCA mais 7%.
Algumas corretoras que oferecem CDBs nessas condições são: Órama, BTG, ModalMais, Ágora, Guide e Nova Futura, entre outras.
Já uma desvantagem do CDB em comparação com o Tesouro Direto é o risco. Para que o investimento em CDB seja de risco baixíssimo, é preciso que o valor não ultrapasse R$ 250 mil por instituição emissora.
Se você pensa em investir acima dessa quantia, o ideal é distribuir o montante em dois ou mais CDBs de bancos diferentes. Já no Tesouro Direto não é preciso ter esse trabalho; qualquer valor teria risco baixíssimo.
LCA ou LCI atrelada à inflação
Seguindo a mesma lógica do CDB, existem as LCAs e LCIs indexados à inflação. Elas têm a vantagem de serem isentas de Imposto de Renda.
De resto, têm características semelhantes aos CDBs: rentabilidade acima do Tesouro Direto e prazo mais curto. Mas também, para serem totalmente seguras, precisam respeitar o limite de R$ 250 mil por instituição financeira emissora.
Também é preciso ter em mente que nem sempre a isenção de IR compensa. Às vezes, o rendimento do CDB é tão maior que o da LCA ou LCI que ele vale mais a pena mesmo tendo que pagar o imposto.
Para tomar a decisão, peça para o assessor da sua corretora fazer a conta e verificar, entre as opções disponíveis no momento, qual está compensando mais, se o CDB, a LCA ou LCI.
Como escolher
Você viu então três tipos de investimento que rendem mais quando a inflação aumenta. Mas como saber qual deles é o melhor para o seu caso?
O primeiro ponto é definir qual é o prazo do seu investimento, isto é, por quanto tempo você quer deixar o dinheiro aplicado. Se o seu prazo for inferior a três anos, o Tesouro Direto não serve. Teria que ser, necessariamente um CDB, LCA ou LCI.
Nesse caso, entre CDB, LCA e LCI você precisaria perguntar no seu banco ou corretora qual a opção que oferece o melhor retorno dentro do prazo escolhido.
Já se você aceita um prazo mais longo do que três anos, precisa escolher entre praticidade e rentabilidade. Se o seu objetivo é rentabilidade, o investimento mais adequado é um CDB, ou uma LCA ou uma LCI. Mais uma vez, a sugestão é perguntar no seu banco ou corretora qual dessas opções rende mais para o prazo que você deseja.
Lembre-se de não deixar mais do que R$ 250 mil investidos em CDB, LCA ou LCI de uma mesma instituição financeira.
Finalmente, se o seu objetivo é praticidade, ou seja, se você não quer se preocupar em manter investimentos abaixo de R$ 250 mil por instituição, se não quer ter que perguntar ao assessor qual opção é melhor no momento (entre CDB, LCA e LCI), a saída mais rápida e tranquila é o Tesouro IPCA.
Alguma dúvida?
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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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