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Empresas de petróleo compram campos da Petrobras; qual o efeito nas ações?

Felipe Bevilacqua

08/12/2021 10h12

Hoje comentaremos os dados operacionais de novembro da 3R Petroleum e da PetroRio e o novo planejamento estratégico da Energisa.

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

Dados de novembro da 3R Petroleum e da PetroRio

As companhias de óleo e gás 3R Petroleum (RRRP3) e PetroRio (PRIO3) divulgaram seus dados operacionais de novembro. Do lado da 3R, o destaque fica por conta do aumento de produção média, atingindo 9.235 barris de óleo (boe) por dia. Já a PetroRio foi afetada por interrupções provocadas por falha no sistema de automação.

Voltando à 3R Petroleum, dentre seus ativos, o principal destaque ficou com o polo de Macau, que atingiu uma produção média diária de 6.196 boe no mês. A produção da companhia ainda foi impulsionada pelo polo Areia Branca, que foi adquirido em novembro.

Os dados da PetroRio, por sua vez, ficaram estáveis na comparação com os meses anteriores. A produção da companhia, que se encontra em um estágio mais avançado na questão de integração de campos adquiridos da Petrobras, ficou em 31.235 barris de óleo equivalente por dia. Destaque positivo para os campos de Cluster Polvo e Tubarão Martelo, que, por sinal, ficou com a produção interrompida até metade do mês passado.

Vemos com bons olhos a estratégia das empresas de adquirir campos maduros do plano de desinvestimento da Petrobras e os revitalizar para aumentar a vida útil. Tais campos não recebiam mais investimentos e estavam com produção em queda. E o acompanhamento dos dados operacionais é importante para identificar a evolução da estratégia.

Energisa anuncia plano de investimentos de R$ 29,5 bi

Durante evento aberto para investidores, o Energisa Day, a Energisa (ENGI11), holding composta por 18 empresas, sendo 13 delas de distribuição de energia elétrica, anunciou seu novo planejamento estratégico para 2022-2026. Em busca de diversificação, o arrojado novo plano inclui investimentos da ordem de R$ 29,5 bilhões, 1,6 vez maior que no quinquênio anterior (2017-2021).

O foco da companhia para os próximos anos está na diversificação de seus negócios, aplicando em fontes renováveis e gás natural.

Além disso, a companhia planejar entrar forte no segmento ESG (melhores práticas em meio ambiente, social e governança corporativa), com a implementação de 1.200 megawatts em usinas solares e eólicas de geração centralizada, visando comercializar a energia gerada no mercado livre.

A Energisa pretende também instalar mais de 460 megawatts de energia fotovoltaica e aumentar sua base de clientes em até 5 vezes mais nos próximos 3 anos.

Em relação aos investimentos, cerca de R$ 15,6 bilhões, 53% do investimento total divulgado, será destinado na área de distribuição de energia, o carro-chefe da empresa. Contudo, a Energisa também observará oportunidades de ampliação de ativos de transmissão, buscando oportunidades de crescimento em leilões de projetos existentes (brownfield) e novos projetos. Nesses casos, a expectativa de investimento é de R$ 1,5 bilhões de R$ 4,5 bilhões, respectivamente.

Com a estratégia adotada, a companhia busca maior inserção em projetos com foco em fatores ESG, muito importantes na visão do mercado atualmente. Ademais, o segmento de gás natural contribui para as perspectivas positivas da companhia, com as expectativas de privatização de concessionárias estaduais para os próximos anos, como as da ESGás (ES) e a Compagas (PR), trazendo oportunidades interessantes de investimentos.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.