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ANÁLISE

Empréstimo ao setor elétrico é positivo para ação de empresas; veja análise

Felipe Bevilacqua

15/12/2021 10h56

Hoje comentaremos a MP de empréstimo ao setor de distribuição de energia e a valorização de terras da São Martinho (SMTO3).

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Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os assinantes do UOL.

MP garante empréstimo às distribuidoras de energia

O governo publicou a MP (Medida Provisória) 1.078/21 que garante um novo empréstimo às distribuidoras de energia. A MP tem como objetivo cobrir os gastos que as distribuidoras têm hoje com a compra de energia a preços mais elevados, de modo a repassar o mesmo na conta de luz de seus consumidores de forma diluída, pagando ao governo conforme o passar dos anos.

O empréstimo previsto pelo governo está entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões para cobrir as despesas de energia advindas das usinas termelétricas. A MP também visa cobrir outras iniciativas no combate ao cenário de crise hídrica, como garantir contratos emergenciais, importação de energia da Argentina e do Uruguai e programas de racionalização de energia, que visam a redução da demanda.

Além disso, a Medida Provisória autoriza a criação de bandeira tarifária extraordinária pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), para cobrir custos excepcionais em caráter transitório.

A medida é positiva para as ações de empresas distribuidoras de energia, como a Cemig (CMIG4), Equatorial (EQTL3) e Energisa (ENGI11). O empréstimo a patamares expressivos traz alívio financeiro ao segmento, que aliviará a alta da tarifa pelos anos subsequentes. Isso é especialmente benéfico às distribuidoras, uma vez que a alta desestimula o consumo de energia, impactando-as negativamente. Ademais, com a suavização da conta de luz, as distribuidoras se beneficiam da menor inadimplência.

Por outro lado, a diluição do repasse nas contas de luz desorganiza o setor elétrico. Entretanto, a medida já era até certo ponto esperada, visto que operações semelhantes para cobrir gastos excepcionais já foram aprovadas anteriormente.

Terras da São Martinho são avaliadas em R$ 4,82 bilhões

Uma das maiores empresas do setor sucroenergético brasileiro, a São Martinho (SMTO3) realizou uma reavaliação de valor de suas terras. Segundo a companhia, os 54.634,74 hectares em posse da empresa estão avaliados em R$ 4,82 bilhões, o que representa um aumento de 56,2% em relação à avaliação realizada em 2014.

Além disso, considerando o múltiplo por hectare, suas terras tiveram uma valorização de 66,5% no período, totalizando R$ 88.132 por hectare. Importante destacar que a avaliação realizada pela consultoria Deloitte considerou apenas a terra nua em sua análise. Isto é, não foram consideradas construções de benfeitorias, máquinas agrícolas, implementos agrícolas e culturas.

A São Martinho anunciou também a emissão de debêntures incentivadas verdes, visando captar R$ 1 bilhão, que pode chegar a R$ 1,2 bilhão. A companhia informou que os recursos captados serão direcionados para o desenvolvimento, construção e operação de projetos de investimento, assim como o plantio de cana, manutenção de entressafra e equipamentos.

Além da São Martinho, companhias como a BrasilAgro (AGRO3) e a SLC Agrícola (SLCE3), que realizam reavaliação anual, também tiveram fortes valorizações em suas terras. Mesmo com a boa valorização das terras da São Martinho, acompanhando o ótimo momento do setor sucroenergético, esperamos um impacto neutro nas ações da companhia no curto prazo.

Em relação à emissão de debêntures, o valor arrecadado deve contribuir no plano de expansão, que inclui a construção da usina de etanol de milho, com a possibilidade da aquisição de uma outra usina, visto que já se encontrava com uma boa posição de caixa e baixo endividamento.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.