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OPINIÃO

Petrobras fecha 2021 com o maior lucro da história; o que esperar?

Veja mais detalhes dos resultados da Petrobras e o impacto que isso pode ter nas ações - Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
Veja mais detalhes dos resultados da Petrobras e o impacto que isso pode ter nas ações Imagem: Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo

Felipe Bevilacqua

25/02/2022 09h11

A gigante Petrobras (PETR3 e PETR4), estatal de economia mista que atua na exploração de petróleo, divulgou seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2021 na noite de quarta-feira (23).

Confira a seguir o comentário de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

A companhia apresentou números sólidos na maioria das linhas, com receita líquida consolidada de R$ 134,2 bilhões no trimestre e R$ 452,7 bilhões no ano, o que corresponde a um crescimento 66,4% em comparação com o ano de 2020. O aumento da receita se deve principalmente à disparada do preço do barril de petróleo no mercado internacional, bem como à alta do dólar frente ao real.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado veio novamente muito forte, praticamente em linha com o 3T21 (terceiro trimestre de 2021), atingindo R$ 62,5 bilhões no trimestre e totalizando R$ 234,1 bilhões no ano, contra R$ 127 bilhões em 2020.

Já o lucro bruto do 4T21 (quarto trimestre de 2021) se manteve em linha com o trimestre anterior, mas com queda na margem, que recuou de 49% para 44%. A margem menor é explicada pelo aumento dos custos de importação, principalmente de gás natural, para suprir a demanda interna.

Por fim, o lucro líquido ficou em R$ 31,5 bilhões no trimestre e R$ 106,67 bilhões no ano, estabelecendo um novo recorde anual para a companhia. O resultado foi 15 vezes maior do que o lucro de R$ 7,1 bilhões auferido no ano anterior.

Outro ponto que merece destaque é a redução do endividamento da companhia, uma vez que a forte geração de caixa possibilitou a liquidação de empréstimos e financiamentos no valor de R$ 7,2 bilhões nos últimos três meses do ano.

Com o sucesso do plano de desinvestimentos que vem sendo implementado pela companhia nos últimos anos, e que consiste na venda de ativos que não façam parte da operação principal da empresa, a Petrobras tem conseguido aumentar a geração de caixa e reduzir sua dívida, consequentemente abrindo caminho para o pagamento de dividendos mais generosos aos acionistas da companhia —dentre os quais está o governo federal do Brasil.

Dessa forma, a companhia mudou sua política de dividendos para uma distribuição trimestral, e irá distribuir dividendos complementares no valor de R$ 2,86 por ação no dia 16 de maio. Considerando os proventos pagos anteriormente no ano passado, o valor por ação distribuído referente a 2021 é de R$ 7,77.

Esperamos que o balanço da petrolífera exerça impacto positivo sobre o preço das ações no curto prazo, que também devem ser favorecidas pela alta do preço do petróleo no mercado internacional em meio à invasão russa à Ucrânia. Entretanto, o conflito tem aumentado a sensação de aversão ao risco nos mercados, o que pode limitar os ganhos dos papéis da Petrobras.

No pregão de quinta-feira (24), em dia de pânico no mercado em meio à guerra na Ucrânia, as ações preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 2,43%, cotadas a R$ 33,39.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.