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ANÁLISE

Oi ganha desconto de 55% em dívida com Anatel, mas mercado queria mais

Rafael Bevilacqua

06/06/2022 09h18

A Oi (OIBR3) divulgou, na última quarta-feira (1º), que chegou a um acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para um desconto de 55% de sua dívida de quase R$ 20 bilhões com a agência.

A dívida é derivada principalmente de multas por descumprimento de metas de universalização de serviços e reclamações. Segundo a Oi, o acordo é bom tanto para a operadora quanto para o órgão regulador, visão oposta à do mercado, que considerou o acordo abaixo do esperado para a tele.

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Após a renegociação, a dívida total da companhia com a Anatel passa a ser de aproximadamente R$ 9,1 bilhões, que somados à quantia quitada pela empresa por meio de depósitos judiciais resultam em um saldo devedor de R$ 7,3 bilhões.

O montante final será pago em 126 parcelas, com a primeira no mês de assinatura do acordo e a segunda após seis meses de carência. O vencimento da última parcela ocorrerá em abril de 2033, alongando o prazo anterior, que terminada em outubro de 2027.

Também vale ressaltar que a B3 aprovou, pela segunda vez, o pedido de extensão do prazo para a Oi negociar as suas ações ordinárias acima de R$ 1. A operadora tem um prazo de mais de 30 dias, a partir do dia 1º de julho, para cumprir a exigência.

Caso isso não ocorra, a Oi deverá realizar um novo grupamento de ações aos acionistas.

Para o mercado, o desconto na dívida com a Anatel poderia chegar na casa dos 70%, com um prazo de 120 meses para o pagamento, algo que pode explicar a queda de mais de 10% nas ações OIBR3 após o anúncio do acordo. Outro ponto que assustou o mercado foi o tamanho da dívida original, que em menos de dois anos teve uma alta de R$ 6 bilhões, mais de 40% em relação ao débito original.

Para a Oi, a renegociação não deixa de ser positiva, uma vez que transforma uma dívida de R$ 20 bilhões em quase R$ 7,5 bilhões. Além disso, ela alonga o prazo da dívida, melhorando a liquidez de curto prazo da companhia. Vale ressaltar que, com as últimas vendas de ativos, a Oi está em uma situação financeira melhor do que em 2020.

Na sexta-feira (3), as ações ordinárias da Oi fecharam em queda de 2,98%, cotadas a R$ 0,65.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.