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ANÁLISE

Shoppings projetam crescimento no ano, mas sem retomar nível pré-pandemia

Rafael Bevilacqua

01/06/2022 09h04

Apesar da alta do custo de ocupação e dos juros limitando aberturas de novos empreendimentos, estudos realizados pela Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) revelaram que o segmento tem se recuperado mais rápido do que o esperado.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

O aumento do fluxo de pessoas nos shoppings, com muitos consumidores buscando itens de vestuário e calçados, por exemplo, é positivo mesmo com a perda do poder de compra ocasionado pela alta da inflação.

Ainda segundo a Abrasce, o fluxo de pessoas cresceu 22,3% em janeiro, 24,2% em fevereiro e expressivos 153% em março, compensando a queda de 7,6% do ticket médio no primeiro trimestre deste ano em relação a 2021. Isso quer dizer que o valor médio de vendas por cliente recuou de R$ 138,38 em 2021 para R$ 127,88 até agora no ano.

Com dados mais positivos, as projeções de crescimento de vendas em 2022 passaram de 13,8% para 17,3%, com faturamento estimado de R$ 186,7 bilhões. Apesar da perspectiva positiva para o setor de shopping centers, as vendas devem seguir abaixo do patamar observado em 2019, período pré-pandemia, quando os shoppings venderam R$ 192 bilhões.

É importante ressaltar ainda que esses valores são nominais, ou seja, não levam em consideração a inflação do período, que torna o dado ainda mais discrepante com relação a 2019.

Citamos ainda a aceleração do custo de ocupação dos shoppings (peso das despesas como aluguel e condomínio sobre as vendas). Essa aceleração é resultado da retirada dos descontos concedidos pelos empreendimentos para lojistas durante a pandemia, que começaram a ser cortados após 2021.

Em suma, apesar dos desafios, a perspectiva para o setor de shopping centers no curto prazo é positiva, tendo os lojistas o desafio de converter o aumento do fluxo de clientes em crescimento do volume de vendas, de forma a compensar a diminuição do ticket médio em decorrência da redução do poder de compra da população.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.