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ANÁLISE

Eletrobras dá últimos passos rumo à privatização; veja impacto nas ações

Rafael Bevilacqua

30/05/2022 09h20

A Eletrobras (ELET6), gigante brasileira do setor de energia elétrica, deu, na última sexta-feira (27), um importantíssimo passo em direção à sua privatização, ao enviar a documentação necessária para a realização da oferta de novas ações de emissão da companhia no Brasil e no exterior.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

O processo de privatização da empresa se dará por meio da emissão de novas ações na Bolsa de Valores, de forma a aumentar o capital social da Eletrobras e diluir a participação da União na companhia. Dessa forma, o governo federal deixará de ser o controlador da empresa, mas manterá uma fatia relevante de suas ações.

A operação envolverá uma oferta primária e secundária de ações. A oferta primária será, inicialmente, de 627.675.340 novas ações, podendo ser acrescida de um lote suplementar de até 15%, segundo comunicado entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). De acordo com estimativa do governo, a oferta pode movimentar cerca de R$ 30 bilhões.

O início do período de reserva será entre os dias 3 e 8 de junho, e o preço por ação será definido no dia 9 do mesmo mês, data do processo de coleta de intenções de investimento ("bookbuilding"). Por fim, o início das negociações envolvendo as ações ofertadas ocorrerá no dia 13 de junho.

Caso a operação seja bem-sucedida, a participação da União no capital votante da companhia cairá de 72% para cerca de 45%, e a estatal passará para as mãos da iniciativa privada.

Com a privatização, a companhia deve ganhar mais autonomia, o que pode resultar em aumento da eficiência operacional, apesar de o governo federal continuar tendo o poder de veto às decisões da administração devido à "golden share".

Pensando no médio/longo prazo, a notícia é positiva para os papéis da companhia, que pode apresentar uma valorização expressiva após a conclusão da oferta.

Contudo, é preciso cuidado no curto prazo, uma vez que o preço das novas ações ainda não foi definido, e essa incerteza sobre o preço de entrada na nova oferta pode trazer um pouco de volatilidade aos papéis da companhia nas próximas semanas.

Na sexta-feira (27), as ações da Eletrobras fecharam em alta de 0,59%, cotadas a R$ 42,76.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.