O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, na quarta-feira (25), a compra do Grupo Big pelo Carrefour (CRFB3), que poderá seguir com a maior integração de lojas desde a aquisição da rede Atacadão.
Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
Entretanto, a aprovação está condicionada à celebração de acordo em controle de concentrações (ACC), que prevê que 14 lojas deverão ser vendidas após o fechamento da operação. Dessas, 11 são hipermercados ou unidades de atacarejo e três são supermercados.
O desinvestimento de lojas estipulado pelo Cade representa aproximadamente 3,6% do parque total de lojas e 60% da receita de 2021 do Grupo Big.
As medidas determinadas ficaram em patamar sensivelmente inferior ao mencionado na declaração de complexidade da Superintendência-Geral do Cade em comunicado divulgado pela companhia em janeiro deste ano, que seria de aproximadamente 10% das lojas do Grupo Big.
Em março do ano passado, o Carrefour comprou o Grupo Big da gestora Advent pelo montante total de R$ 7,5 bilhões. A Advent possuía 81% do Big, e o restante estava em posse do Walmart.
O Grupo Carrefour encerrou o primeiro trimestre com 779 lojas (maioria do Atacadão), e, com a integração do Big, a operação do grupo totalizará aproximadamente 1.100 lojas. O portfólio total do Big, incluindo as unidades que devem ser vendidas, compreende 388 lojas.
Com relação às lojas que deverão ser vendidas, parte delas já estariam sendo negociadas com fundos imobiliários e redes varejistas regionais. Em parte das unidades, deve haver troca de marcas, renegociações com a indústria, unificação das compras e provavelmente uma diminuição de cargos com sobreposição de funções.
A transação transforma o Carrefour em um grupo de cerca de R$ 100 bilhões em vendas, expandindo sua presença em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e Sul do país, e que oferecem forte potencial de crescimento. A rede de lojas do Grupo Big, portanto, apresenta forte complementaridade geográfica.
Desde o ano passado, quando a transação foi divulgada, o mercado ainda não incorporou os efeitos da aquisição do Big nos papéis do Carrefour, que vêm sendo punidos diante de um cenário em que o varejo vem perdendo valor com a escalada da inflação e redução do poder de compra do consumidor. Sendo assim, consideramos o desfecho da operação como sendo positivo para o Carrefour.
Na quinta-feira (26), as ações do Carrefour fecharam em alta de 1,02%, cotadas a R$ 19,79.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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