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ANÁLISE

Gigante brasileira de motores tem alta na receita, mas lucro cai no 2° tri

Rafael Bevilacqua

21/07/2022 09h20

A Weg (WEGE3), gigante brasileira da indústria que atua na produção de motores elétricos, peças, componentes e muito mais, divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2022 na quarta-feira (20), antes da abertura dos mercados.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

O principal destaque positivo do período foi o forte crescimento das receitas da companhia, em linha com o que vinha sendo apresentado nos últimos meses. A receita líquida da Weg totalizou R$ 7,1 bilhões no período, o que equivale a um crescimento de 5,2% com relação ao primeiro trimestre deste ano e 25% na comparação anual.

De acordo com o relatório da companhia, o aumento da receita foi sustentado pelo bom desempenho dos segmentos de motores elétricos de baixa tensão, automação e especialmente os negócios relacionados a geração de energia renovável e transmissão e distribuição de energia.

Por outro lado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou R$ 1,2 bilhão, o que corresponde a um tímido crescimento de 1,9% com relação ao trimestre imediatamente anterior, mas representa uma queda de 9,8% em comparação com o resultado do segundo trimestre de 2021.

O lucro líquido, por sua vez, somou R$ 912,9 milhões, queda de 19,5% ante o mesmo período do ano anterior, e ligeiramente abaixo dos R$ 925 milhões projetados pelo mercado.

De acordo com a companhia, fatores não recorrentes ligados a créditos tributários fizeram o Ebitda e o lucro diminuírem no segundo trimestre. Sem tais fatores, o Ebitda e o lucro teriam crescido 14,5% e 6,6%, respectivamente, com relação aos resultados do segundo trimestre de 2021.

A Weg passa por um momento particularmente difícil, tendo suas margens pressionadas pelo aumento dos custos de produção, provocado pelo descasamento entre oferta e demanda nas cadeias produtivas globais e pela alta dos preços de insumos fundamentais para a indústria, especialmente se tratando de commodities metálicas como o cobre.

Entretanto, a companhia tem se mostrado bastante resiliente, com foco em sua promissora estratégia de longo prazo. O fato de a Weg estar conseguindo manter o ritmo de crescimento das receitas em meio ao atual cenário macroeconômico global já é positivo por si só.

De qualquer forma, o resultado ligeiramente abaixo do esperado deve provocar quedas nos preços das ações da companhia no curto prazo, mas nada que afete as convicções dos investidores que olham para um horizonte de tempo mais longo.

As ações da Weg fecharam em queda de 3,59% na quarta-feira, cotadas a R$ 25,99.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.