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OPINIÃO

Oi vende ativos por R$ 1,69 bi e dá passo para fim da recuperação judicial

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Imagem: Reprodução

24/08/2022 08h53

A Oi S.A. (OIBR3) -companhia do setor de telecomunicações que, desde 2016, atravessa um processo de recuperação judicial- finalizou, na segunda-feira (22), o último processo de venda de ativos dentro da atual reestruturação. A empresa vendeu 8.000 torres de telefonia fixa para a Highline, por R$ 1,8 bilhão, em um leilão sem concorrentes, já que as gestoras de torres American Towers do Brasil e IHS do Brasil, que haviam se inscrito, não compareceram para apresentar ofertas. O modelo utilizado pela empresa será o de sale and leaseback, no qual a operadora vende os ativos e depois os utiliza pagando um aluguel mensal para a nova detentora.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

A Highline é controlada pelo fundo americano Digital Bridge, de investimentos em infraestrutura, possuindo mais de 5 mil sites de telefonia fixa em sua carteira. É nesses locais que ficam as torres de telefonia fixa e móvel, antenas, estações rádio base, dutos para passagem de fibra óptica e outros equipamentos de rede. Em outra ocasião, a Highline já havia adquirido outras 637 torres e topos de prédio da Oi por R$ 1,1 bilhão.

A Highline efetuará o pagamento da aquisição em duas parcelas, sendo a primeira na data de fechamento do deal, no valor de R$ 1,1 bilhão, menos a auditoria das torres, e a segunda de R$ 609 milhões corrigidos pelo IPCA em 2026.

Somando todas as vendas de ativos dentro da recuperação judicial, a Oi receberá no total de aproximadamente R$ 31 bilhões, considerando os data centers, torres de telefonia fixa e móvel, a Oi Móvel e os assinantes de TV, além da venda de parte da V.Tal e do DTH, que ainda está em processo de aprovação do CADE. Vale ressaltar que boa parte desse valor já foi destinado ao pagamento de dívidas, conforme estipulado no processo de reestruturação da companhia.

A venda das torres de telefonia fixa da Oi simboliza o fim do processo de recuperação judicial da companhia. Depois de tanto esforço, ela consegue finalmente se desfazer da grande quantidade de ativos que não fariam mais parte do seu core business.

Passado esse processo, a Oi se transforma em uma companhia de venda de fibra e de serviços, com uma participação em uma empresa de infraestrutura (V.Tal).

Com mais de R$ 30 bilhões de caixa recebidos durante o processo todo, a companhia ficará com a sua estrutura de capital mais bem equalizada, dependendo apenas da melhora operacional para gerar caixa recorrente, assim permitindo investimentos de forma constante.

Contudo, mesmo com um preço aparentemente "descontado", pelo histórico da empresa, avalio que não é apropriado recomendar o ativo nesse momento de tantas mudanças e incertezas.

As ações da Oi fecharam o pregão de terça-feira em queda de 1,64%, cotadas a R$ 0,60.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.