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OPINIÃO

Novo modelo para vender Corsan é bom para ações de empresas de saneamento

Photorama/ Pixabay
Imagem: Photorama/ Pixabay

Rafael Bevilacqua

02/09/2022 09h25

Após o cancelamento da sua abertura de capital na Bolsa de Valores em julho deste ano, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) teve o seu novo modelo de privatização lançado pelo governo do estado na terça-feira (30). O novo formato prevê a venda completa da empresa, tendo sua licitação prevista para ainda meados de dezembro.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

O modelo prevê que a Corsan abrirá um "data room', no qual tornará pública uma sala virtual de informações que poderá ser acessada por potenciais interessados em seu processo de privatização. Para participar do processo, os candidatos deverão seguir as instruções presentes no Manual de Procedimento de Diligência dos Interessados, disponibilizado no site da Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura).

No molde anterior, semelhante ao que foi adotado para a privatização da Eletrobras (ELET6), a oferta de ações pulverizaria o capital da companhia e manteria apenas cerca de 30% de participação do estado gaúcho, com o mercado estimando uma precificação de R$ 3,5 bilhões.

Entretanto, o processo foi cancelado diante de questionamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) quanto a essa precificação, de modo que a companhia seguiu em busca de outras vias para dar continuidade ao seu processo de desestatização.

Cabe salientar que os documentos do novo formato também foram encaminhados para análise do tribunal de contas.

A notícia é positiva para as companhias do setor de saneamento básico. Apesar de remota, a perspectiva da privatização reforça uma possível alternativa futura para as atuais empresas estatais listadas em Bolsa, de modo que os papéis de Sabesp (SBSP3), Sanepar (SAPR4) e Copasa (CSMG3) devem reagir positivamente à notícia no curto prazo.

Ademais, a expectativa é de que o novo formato proposto possa ampliar o perfil de investidores interessados no ativo, além das organizações que já declararam interesse, como a empresa privada de saneamento Aegea e a gestora Perfin.

Apesar de a meta de realizar sua venda completa ainda neste ano ser ambiciosa, a companhia reforça que ela é factível, uma vez que o governo do Rio Grande do Sul estima a realização das audiências públicas a partir de outubro para conclusão ainda em 2022.

No entanto, é necessário aguardar a avaliação do TCE, etapa fundamental do processo e responsável por barrar a primeira tentativa de privatização da empresa.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.