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3 dicas para ensinar crianças a administrar o dinheiro e alcançar metas

Boa parte dos brasileiros não teve educação financeira quando crianças, o que pode gerar adultos inadimplentes - Getty Images
Boa parte dos brasileiros não teve educação financeira quando crianças, o que pode gerar adultos inadimplentes Imagem: Getty Images

Gabriel Riva

28/04/2022 04h00

Lembro-me que o pouco contato com dinheiro que eu e meus irmãos tivemos quando crianças foi o troco da padaria, do mercado... Ou quando recebíamos um dinheirinho da nossa avó nos aniversários.

Naquela época não éramos ensinados por nossos pais ou pela escola como cuidar do dinheiro. Então, do mesmo jeito que ele surgia, ele sumia.

Desde 2020 as escolas brasileiras estão incluindo em sua grade curricular o tema educação financeira, com base nas novas diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

A razão para a implementação é bem justificável: de acordo com dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 45% dos brasileiros adultos sentem dificuldade para controlar as próprias finanças. Com a aplicação da educação financeira, no entanto, as crianças aprendem desde pequenas a estabelecer uma relação saudável com o dinheiro e a ter consciência no consumo.

Porém, antes de simplesmente dar dinheiro às crianças, educá-las financeiramente requer ensinar a ter metas e a administrar o dinheiro para atingir tais metas. Para ajudar nesse processo, elencamos três passos iniciais para você.

1. Saiba que a mesada é essencial

Cada um de nós soube da existência da mesada de uma forma diferente. Eu conheci assistindo a filmes americanos na minha infância, em que sempre via um pai ou uma mãe dando mesada aos seus filhos.

Mesmo que para alguns de nós dar periodicamente dinheiro às crianças não seja uma rotina, esta ação é importantíssima para que eles tenham contato com o dinheiro e aprendam desde cedo a administrá-lo.

De tanto ver nos filmes, um dia perguntei ao meu pai por que eu não tinha mesada. Com um sorriso no rosto, ele respondeu: "As únicas mesas que eu conheço são a da cozinha e da sala de jantar".

Apesar de não ter gostado da resposta na época e achar engraçado hoje, não julgo meu pai, justamente pela criação que ele teve e a cultura deste ato no Brasil.

Mesada, semanada ou quinzenada... O nome e a frequência variam de acordo com a idade e a realidade financeira dos pais ou responsáveis.

O recomendado é que crianças mais novas não recebam todo o dinheiro de uma só vez, pois são mais impulsivas e ainda não têm noção de tempo.

Outra orientação importante é que crianças com menos de quatro anos ou que ainda não entendem direito os números sejam orientadas a depositar o dinheiro no cofrinho —que é nossa próxima dica.

2. Mostre como guardar

Ensine a criança que tudo o que você guarda e cuida, cresce e se desenvolve, inclusive o dinheiro.

Para isso, dê um cofrinho para que ela tenha onde guardar dinheiro que ganha. Mesmo que elas não se deem conta do valor que representa, a mensagem principal será aprendida.

3. Estabeleça metas com a criança

O dinheiro já está guardado e tem lugar para ficar, agora é preciso decidir o que será feito com ele. Ensine a criança que ela pode sim desejar muitas coisas, mas para conseguir ela precisa se planejar.

Primeiro, pergunte o que ela gostaria de fazer com o dinheiro. Depois, ensine a pesquisar o preço do que ela deseja para, então, refletir sobre o tempo necessário para juntar aquele valor.

Por exemplo, se a criança ganha R$ 5 por semana e quer um brinquedo que custa R$ 25, ela precisará poupar todo o dinheiro durante cinco semanas —ou uma quantidade menor durante mais tempo.

Dependendo da idade e maturidade da criança, usar mais de um cofrinho —sendo um para cada objetivo— pode dar a noção de reserva de emergência, além de curto, médio e longo prazos —facilitando o entendimento da lógica dos investimentos.

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