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ANÁLISE

Crise no mercado cripto: por que o bitcoin está derretendo?

A FTX era tida como uma das corretoras de criptoativos mais sólidas do mundo, até apresentar problemas e assustar investidores - Getty Images
A FTX era tida como uma das corretoras de criptoativos mais sólidas do mundo, até apresentar problemas e assustar investidores Imagem: Getty Images

Nicolas Meireles Nogueira

10/11/2022 15h22

A cotação do bitcoin está em queda livre: no domingo, a criptomoeda era negociada a R$ 106 mil. Porém, após a circulação de notícias negativas sobre a corretora FTX, o ativo começou a despencar e chegou a valer apenas R$ 82 mil na noite da última quarta-feira, segundo dados do CoinGecko.

Porém, qual é a relação entre o bitcoin e a FTX? Por que a maioria dos criptoativos está despencando nesta semana? Para entender melhor a confusão instaurada no mercado cripto nos últimos dias, confira o artigo que o PagBank PagSeguro preparou para você!

O que é a FTX?

Até a semana passada, a FTX era tida como uma das corretoras de criptoativos mais sólidas do mundo. O seu CEO, Sam Bankman-Fried, conhecido como "SBF", era "figurinha carimbada" em eventos de cripto e tido como uma das personalidades mais importantes do setor; inclusive, ele chegou a participar de discussões no Congresso dos EUA e foi capa das revistas Forbes e Fortune.

A FTX, por sua vez, era considerada a segunda maior corretora cripto do mercado em volume de negócios, atrás apenas da Binance. Inclusive, as empresas tinham boa relação: a Binance havia investido na FTX há alguns anos e possuía grandes reservas de FTT, o token criado pela FTX.

O que aconteceu com a FTX?

Há alguns dias, começaram a surgir rumores nas redes sociais e portais especializados em cripto sobre problemas financeiros na FTX e na Alameda Research, uma empresa que funciona como "braço de investimentos" da corretora. Com isso, investidores e influenciadores começaram a questionar, publicamente, a situação da FTX.

A FTX e a Alameda Research foram acusadas, entre outras coisas, de má gestão dos ativos dos clientes e de "inflar" as próprias reservas com o token FTT, que possui utilidade apenas na plataforma da FTX. SBF negou as acusações, afirmando que ambas as empresas possuíam boa saúde financeira.

No domingo, Changpeng Zhao, presidente da Binance, anunciou que ia se desfazer de cerca de US$ 2 bilhões em tokens FTT, despejando-os no mercado nos próximos meses. A notícia causou pânico entre os usuários da FTX e os donos de FTT, já que o aumento da oferta de tokens provavelmente causaria queda na sua cotação.

A partir daquele momento, muitos clientes da FTX —incluindo pessoas e grandes empresas— começaram a sacar fundos da corretora, com receio de toda a instabilidade recente. Então, a corretora começou a bloquear saques, indicando que não possui fundos o suficiente para honrar com o saldo de todos os seus usuários.

Na terça-feira (8), SBF anunciou que a Binance poderia adquirir a FTX para solucionar todo o problema. Porém, no dia 9, o negócio não foi concretizado: após analisar os balanços da FTX, a Binance afirmou que não prosseguiria com o negócio. Por conta disso, o receio do mercado aumentou, e as criptos acentuaram as quedas.

O que isso significa para o mercado cripto?

Apesar de o problema não estar ligado ao bitcoin e aos demais criptoativos, se considera que a possível falência da segunda maior corretora cripto do mundo atrapalha todo o mercado cripto, diminuindo a confiança dos investidores e aumentando a resistência das autoridades em relação ao setor.

Ainda assim, até o início da quinta-feira, a situação da FTX não estava clara. Logo, é possível que ela seja adquirida por outra empresa ou obrigada a declarar falência. Aos usuários de criptoativos, é prudente ficarem atentos às notícias e evitarem realizar negociações arriscadas neste momento.

Quanto ao bitcoin e aos demais ativos, a expectativa é de instabilidade de preços enquanto a crise perdurar. Porém, como os ativos não estão ligados à crise, é possível que ocorra uma recuperação no futuro, quando a situação estiver resolvida —independentemente do que aconteça.

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