Como analisar gráficos para comprar e vender ações na Bolsa
A compra de um papel de uma empresa não acontece de forma aleatória ou por sorte. É preciso avaliar bem a empresa, o papel e o momento antes de decidir colocá-la na carteira. No mercado, uma das formas de fazer isso é a análise gráfica. Mas como usá-la no dia a dia para tomar a decisão de investimento? Veja abaixo.
Análise gráfica olha padrões passados
Análise gráfica é aplicada para tomar decisões nas negociações. É uma técnica que se baseia na análise de gráficos de preços e volumes de ativos, como ações e moedas, para identificar padrões e prever movimentos futuros de preços.
Método foca em padrões de preços passados. Para isso, utiliza diversos elementos e padrões visuais, entre outros, que ajudam a identificar os comportamentos que podem indicar a direção futura dos preços, afirma Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.
É diferente da análise fundamentalista. Essa se baseia em avaliações sobre as informações econômicas, financeiras e operacionais de uma empresa para determinar se uma ação tem um preço maior ou menor do que realmente vale. Assim, a análise fundamentalista considera fatores como lucro, rentabilidade, cenário da economia no país e no exterior, além de comparar com outras empresas do mesmo setor.
A vantagem da análise gráfica é que visualmente é fácil. Você compara o histórico de retorno, o desempenho de valorização e de desvalorização, seja de uma ação ou da taxa de juros.
Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos
Como a análise gráfica pode identificar tendências no mercado?
Ela funciona por meio de elementos e padrões visuais. São exemplos gráficos de barras, de linhas, de candlestick, médias móveis, bandas de Bollinger, entre outros. Essas ferramentas ajudam a identificar comportamentos que podem indicar direção futura dos preços. Veja abaixo alguns tipos de gráficos e de métodos para analisá-los, entre os diversos disponíveis.
Tipos de gráfico
- Gráficos de barras. Tem como características barras retangulares que podem ser usadas na vertical ou horizontal, normalmente mostrando os valores de determinado ativo em ordem crescente ou decrescente. A sua vantagem é a simplicidade e versatilidade.
- Gráficos de linhas. É uma representação visual para mostrar oscilações ao longo do tempo. Dessa forma, o gráfico de linhas busca expor dados contínuos, que mudam conforme um período determinado.
- Gráficos de candlestick. Também é conhecido por gráfico de vela, por seu formato lembrar uma vela. O objetivo também é avaliar um ativo em um período de tempo determinado. Seu corpo tem formato de retângulo.
- Cada "vela" representa um determinado período de tempo, de um minuto a até alguns dias ou mais. O corpo vai mostrar qual é o preço de abertura e de fechamento daquele ativo no período. Também pode ter cores, que indicam se a ação está em alta ou em baixa.
- Além do "corpo" da vela, há também uma linha vertical que o atravessa, chamada de sombra. Essas linhas representam os preços máximos e mínimos do ativo. Com essa análise, o investidor pode identificar se uma ação está caindo ou subindo e se é o momento de comprá-la ou vendê-la no mercado.
- Gráfico de Candlestick é o mais completo. É o que diz Cozzolino, da Levante. Ele diz que esse gráfico possui mais informações que os demais. Enquanto um gráfico de linhas mostra simplesmente os dados plotados de fechamento de uma ação, o candlestick traz o preço de abertura, fechamento e variação, além das máximas e mínimas.
Tipos de análise
- Existem várias tendências que os analistas gráficos costumam acompanhar. É preciso saber ler as tendências dos gráficos, para saber se a ação está em alta ou em queda e qual é o melhor momento para comprar ou vender sua posição.
- Médias móveis. É um gráfico que usa as médias de produtos em períodos de curto e longo prazo. É "móvel" porque os dados mudam com frequência, conforme o tempo vai passando e surgem novos valores. Mostra quais são as oscilações de um produto. Se a média móvel é ascendente, significa que os preços estão em alta, e, se é descendente, que estão em baixa.
- Bandas de Bollinger, ou suporte e resistência. É um indicador de volatilidade, ou instabilidade. Seu objetivo é avaliar se um ativo tem um preço maior ou menor do que vale. Mostra em qual "banda" de valores um determinado ativo está sendo negociado, tanto acima quanto abaixo da média móvel. Se o preço de uma ação em análise passa a banda superior, há uma tendência de alta. Mas se o valor fica abaixo da banda inferior, a tendência é de baixa.
- Essas bandas ajudam a entender quais os preços médios daquele ativo. A linha de resistência é o valor que um ativo não ultrapassou em um determinado período. A linha de suporte é o preço mínimo de um ativo em um determinado período, considerando a média. Dá para identificar qual é a volatilidade do ativo, qual a tendência para o preço, além de indicar oportunidades de investimentos se os preços se distanciam desses valores.
- Há muitas outras maneiras de analisar um gráfico, além de diversas técnicas para fazer isso. Há sites para acompanhar e fazer análises gráficas. Alguns deles são Investing.com, TradingView, StockCharts.com e Yahoo Finance.
Quais são os principais riscos de usar gráficos para negociar na Bolsa?
Principais riscos da análise gráfica são falsos sinais para compra e venda de ativos. Isso inclui interpretação subjetiva e falta de consideração para eventos inesperados, diz Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC. Gonçalvez, da Box Asset, afirma que a influência das emoções dos investidores nas decisões e a volatilidade do mercado também podem atrapalhar.
Existe a chance de tomar riscos desnecessários. Dessa forma, o investidor pode achar que a conclusão da sua análise é uma verdade absoluta e não deve ser questionada, segundo Cozzolino.
Negociar com base em análise gráfica não é garantia de sucesso e envolve riscos. Tanto iniciantes quanto traders experientes podem usá-la, mas é essencial que iniciantes se eduquem, pratiquem e gerenciem riscos de forma adequada, considerando outras formas de análise também.
Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC
Acho que o risco não é usar o gráfico, mas mal interpretar o gráfico ou mal interpretar o resultado final da análise, assim como a gente tem usando análise fundamentalista, macroeconômica e uma forma de investimento alavancada e sem gerenciamento correto de risco.
Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos
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