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Taxa básica de juros sobe: quanto rendem R$ 1.000 na poupança?

Rendimento bruto da poupança subiu de 1,4% para 1,93% ao ano, ainda abaixo da inflação projetada para este ano - Getty Images/iStockphoto
Rendimento bruto da poupança subiu de 1,4% para 1,93% ao ano, ainda abaixo da inflação projetada para este ano Imagem: Getty Images/iStockphoto

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

17/03/2021 19h15

Resumo da notícia

  • Banco Central eleva juros de 2% para 2,75%, primeira alta desde 2015
  • Poupança, Tesouro Selic e Fundos DI vão render mais, mas inflação sobe mais que juros e segue corroendo ganhos reais
  • Veja como fica o rendimento de R$ 1.000 aplicados em renda fixa mais tradicional

O Banco Central elevou pela primeira vez desde agosto de 2015 a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 2% para 2,75% ao ano. Com isso, aplicações de renda fixa que de alguma forma dependem desse indicador - como poupança, fundos DI e títulos Tesouro Selic - vão ter um desempenho nominal maior. Mas o retorno real, aquele que desconta a inflação, vai continuar negativo.

Na verdade, o retorno real dessas aplicações vai até diminuir mesmo com uma Selic maior. Isso porque o custo de vida medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) está com uma variação maior que o aumento dos juros decidido nesta quarta-feira (17).

Diante da mudança, veja a seguir quanto rendem R$ 1.000 na poupança, no Tesouro Selic e em fundos DI.

Compare os rendimentos de alguns investimentos

Com a nova Selic (2,75%) e uma inflação estimada em 4,6%, o rendimento líquido de R$ 1.000 aplicados por um ano ficaria assim (já descontado Imposto de Renda):

Poupança: R$ 19,25
Tesouro Selic: R$ 22,69
Fundos DI (taxa de administração de 0,5%): R$ 18,57

Apesar desses rendimentos acima, com uma inflação estimada de 4,6%, os três investimentos ainda perderiam, porque a inflação seria maior do que os ganhos deles em um ano. Com R$ 1.000 aplicados, esta seria a perda:

Poupança: R$ 26,75
Tesouro Selic: R$ 23,31
Fundos DI: R$ 27,43

Inflação sobe mais que juros

No encontro anterior do Comitê de Política Monetária (Copom), realizado nos dias 19 e 20 de janeiro, a inflação projetada pelo mercado naquela semana, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, era de 3,50% para o fim de 2021. Mas agora o mesmo mercado projeta uma inflação maior, de 4,60% este ano. Isso está acontecendo por causa da alta do dólar, que está provocando reajustes de vários produtos, como combustíveis e alimentos.

Ou seja, mesmo com a alta da Selic, os investimentos de renda fixa mais conservadores estão fazendo os investidores perderem mais dinheiro porque a inflação está andando mais rapidamente que os juros.

Profissionais de mercado destacam que a alta da Selic vai continuar ao longo dos próximos meses. Nas projeções dos economistas, a taxa básica de juros vai encerrar o ano em 4,50% e vai continuar subindo em 2022, para 5,50%, até atingir 6% em 2023, segundo o boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central com os profissionais de mercado.

Juros reais do Brasil são o 6º maior do mundo

Com a alta da taxa básica de juros para 2,5% ao ano, o Brasil passa a ocupar a 6ª colocação no ranking mundial de juros reais, segundo levantamento feito pela gestora de recursos Infinity Asset Management, que calculou a taxa de juros descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Veja abaixo o ranking dos juros reais nas principais economias do mundo.

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