Poupança: quanto rendem R$ 1.000 por ano após nova alta dos juros
O Banco Central voltou a elevar os juros nesta quarta-feira (4), subindo a taxa básica Selic pela quarta vez em 2021. Dessa vez, de 4,25% para 5,25% ao ano. Como a Selic é a principal referência para alguns dos investimentos de renda fixa mais tradicionais entre os brasileiros, essa alta da taxa afeta investidores que têm dinheiro aplicado em produtos como poupança, Tesouro Selic e fundos DI.
Com o aumento da Selic, os ganhos na poupança, nos fundos de investimento DI e nos títulos Tesouro Selic aumentam por tabela. Essa melhora ajuda inclusive a compensar parte do poder de compra que a inflação está corroendo, destacam gestores de recursos. Mas o retorno real, aquele que fica acima da inflação, ainda está negativo. Veja abaixo quanto rendem agora R$ 1.000, aplicados por um ano na poupança, Tesouro Selic e em fundos DI.
Para calcular o ganho real, foi considerada uma inflação de 6,79%, que é a taxa projetada pelos economistas para o fim deste ano, segundo a última pesquisa Boletim Focus, do Banco Central. Compare os rendimentos de alguns investimentos.
Rendimento nominal
Com a nova Selic, de 5,25% ao ano, o rendimento líquido para R$ 1.000 aplicados por um ano, já descontado o Imposto de Renda, ficaria assim:
- Poupança: R$ 36,80
- Tesouro Selic: R$ 43,31
- Fundos DI (cobra taxa de administração de 0,5%): R$ 43,10
Perda real
Mas considerando uma inflação de 6,79% em 12 meses, os três investimentos ainda perderiam numa aplicação de um ano. Isso porque a inflação continua superior aos ganhos das aplicações nesse período. Nessa conta abaixo, vejas as perdas, que são calculadas a partir do rendimento nominal descontada a inflação projetada.
Com R$ 1.000 aplicados, veja de quanto seriam estas perdas:
- Poupança: R$ 31,10
- Tesouro Selic: R$ 24,59
- Fundos DI (taxa de administração de 0,5%): R$ 24,80
Inflação também subiu
Nos últimos 45 dias, período entre as duas últimas reuniões do Banco Central nas quais a taxa básica de juros subiu, a inflação esperada para o fim deste ano variou de forma praticamente igual à alta da taxa básica de juros.
A Selic subiu 1 ponto percentual; enquanto o IPCA projetado pelos economistas ouvidos pelo Banco Central por meio do Boletim Focus aumentou 0,97 ponto percentual (de 5,82% para 6,79%). E a inflação atual acumulada em 12 meses está em 8,6%.
Cenário para restante do ano
Profissionais de mercado trabalham com cenários em que a inflação deve começar a desacelerar, enquanto os juros seguirão subindo. As estimativas dos economistas apontam para uma taxa Selic de 7% ao ano em dezembro, conforme Boletim Focus.
Se esses cenários se confirmarem —com juros em alta e inflação desacelerando—, o desempenho das aplicações de renda fixa tradicionais devem melhorar ao longo do restante deste ano e 2022.
Essa correção na taxa de juros deve continuar nos próximos meses e a expectativa dos agentes de mercado é que o Banco Central eleve os juros para um nível próximo a 7% ou 8%, para ancorar a inflação nos próximos anos, impactando diretamente a classe de ativos chamados indexados ao CDI, como fundos DI, Tesouro Selic e poupança. Também fundos de renda fixa de crédito privado tendem a render mais.
Carlos Messa, gestor da Quasar Asset Management
Outros ativos que devem se valorizar com esse aumento dos juros este ano são investimentos indexados à inflação de prazos mais longos e mesmo os prefixados. Ao aumentar a taxa de juros no curto prazo, o governo sinaliza ao mercado que já está tomando medidas para que o problema da inflação não perdure por mais tempo.
Felipe Chamaniego, especialista em renda fixa da Messem
Com os investimentos em renda fixa mais atraentes em função da elevação da taxa Selic, os investimentos em renda variável podem ser impactados por causa do aumento no custo de oportunidade de investir em ações. Mas a estabilização do ciclo de aumento de juros em uma taxa nominal de 7,50% ao ano não deve ter impacto suficiente para retirar a atratividade do mercado de ações.
Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital
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