Em um cenário de alta constante da cotação do dólar — que subiu 12% em um mês —, o que fazer com o seu dinheiro? Existe algum bom investimento para aplicar diante da disparada da moeda americana? No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, o economista César Esperandio mostra cinco opções de aplicações — uma delas em renda fixa.
Leia abaixo a análise do economista e assista ao programa completo, que é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e transmitido quinzenalmente, às quintas-feiras, das 15h às 16h.
Alta dos juros nos EUA
Esperandio afirma que um dos fatores que impactam a disparada do dólar é a perspectiva de alta de juros nos EUA para combater a inflação americana.
"O que importa para o fluxo do câmbio é a diferença entre os juros do Brasil e os dos EUA. Se os juros estão subindo lá, há menos estímulo para que o investidor venha para o Brasil. Ele fica mais tentado a investir nos EUA. Afinal, os títulos públicos americanos são considerados os mais seguros do mundo", declara ele, que também é do canal Econoweek.
Ele listou cinco opções de investimentos para você ganhar com a alta do dólar ou proteger seu dinheiro da inflação que essa disparada da moeda americana traz.
1) Empresas brasileiras exportadoras listadas na Bolsa
O economista diz que empresas exportadoras — como Vale (VALE3), Suzano (SUZB3), JBS (JBSS3), Embraer (EMBR3) — podem se beneficiar da alta do dólar. "As empresas exportadoras têm mais facilidade de escoar seus produtos mundo afora", afirma.
Segundo ele, o investidor que tem ações dessas empresas pode ganhar de duas formas:
- Dividendos: se a empresa exportar mais, a tendência é ter lucros maiores e, consequentemente, distribuir mais proventos a seus acionistas;
- Valorização da própria empresa: se a empresa for bem nos negócios, a tendência é que suas ações se valorizem cada vez mais futuramente
Ele faz, no entanto, um alerta: não se deve investir em ações sem análise aprofundada. "Investir em ações requer fazer, antes, uma análise aprofundada da empresa e traçar estratégia de médio e longo prazo para seus investimentos", declara.
2) BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
"É um recibo que representa uma ação gringa", declara o economista. Um dos BDRs mais famosos, por exemplo, é da Alphabet (GOGL34), detendora do Google.
Ele declara que, quando o dólar sobe, em real o seu BDR passa a valer mais. "Isso porque ele continua com o mesmo preço, só que o dólar ficou mais caro. E como o seu BDR é precificado em real aqui no Brasil, passa a valer mais. Mas o contrário também é verdade: se o dólar cair, o preço em real também cai", diz.
O economista afirma que nesse investimento você corre dois riscos ao mesmo tempo: o inerente ao negócio e o cambial. "O risco cambial é o risco de o dólar subir ou cair, de você intensificar os seus ganhos ou intensificar as suas perdas".
3) ETFs (Exchange Traded Fund)
ETFs são fundos de investimentos negociados na Bolsa e que replicam índices, como o Nasdaq (de Nova York), por exemplo.
"Você investe em uma carteira de investimentos que, eventualmente, está atrelada a investimentos no exterior. Uma ETF é mais diversificada que um BDR, por exemplo, e tem também taxa de administração menor que a dos fundos de investimentos tradicionais", declara.
Segundo ele, os ETFS têm os mesmos riscos cambiais que os BDRs e dos negócios que compõem os fundos.
4) Fundos
- Fundo multimercado: pode investir em renda fixa, ações, derivativos (tipo de contrato que deriva desses ativos iniciais) e moedas de alguns países. O gestor do fundo tem flexibilidade para agir de acordo com mudanças na conjuntura econômica do Brasil e do mundo.
De acordo com Esperandio, o fundo multimercado tem bastante diversificação. "Mas antes de investir, é recomendado ficar atento à composição do fundo e conhecer a sua estratégia", declara. Essas informações constam da lâmina do fundo.
- Fundo cambial: investe basicamente em moedas (dólar, euro, iene etc.). A estratégia é parecida com a dos fundos multimercado, tendo um gestor por trás com liberdade para tomar as decisões.
5) Tesouro IPCA
O economista diz que a alta do dólar tem impacto direto nas importações que o país faz (alguns commodities, como trigo e petróleo, e produtos com tecnologia agregada, como computadores e iPhones), pois são itens cotados na moeda americana. E isso faz aumentar a inflação por aqui.
Para proteger seu dinheiro da alta dos preços, investir em Tesouro IPCA é uma alternativa.
Na plataforma do Tesouro Direto, há seis títulos de Tesouro IPCA disponíveis: 2026, 2035, 2045, 2032 com juros semestrais, 2040 com juros semestrais e 2055 com juros semestrais.
Por exemplo: o Tesouro IPCA 2026 paga a inflação do período mais um bônus de 5,46% ao ano. IPCA é a medida de inflação oficial do país — nos últimos 12 meses, a inflação foi de 12% ao ano.
"Já que a alta do dólar impacta em mais inflação aqui no Brasil, esse tipo de investimento garante que você terá uma rentabilidade acima da inflação", declara.
O economista afirma que, para garantir essa rentabilidade, você deve ficar com o título até a data do seu vencimento. Há outros investimentos em renda fixa privada atrelados ao IPCA.
Vale ressaltar que as condições de investimentos citadas aqui são referentes ao dia 5 de maio. As taxas podem variar de um dia para o outro.
Papo com Especialista é quinzenal
O programa Papo com Especialista é transmitido às quintas-feiras, quinzenalmente, das 15h às 16h, na página inicial do UOL, no UOL Economia e no UOL Investimentos, e é exclusivo para assinantes. Reveja programas anteriores aqui.
Você pode enviar perguntas ao Papo pelo e-mail uoleconomiafinancas@uol.com.br —elas podem ser respondidas no programa.
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