O que aconteceu de importante com a Bolsa de Valores em 2022?
O ano não foi bom para a B3. Em 2022, nenhuma nova empresa abriu capital e outras 14 saíram do mercado (por falta de documentos periódicos ou porque simplesmente quiseram deixar de ser listadas). Os dados são da B3, até novembro.
Os números da Bolsa
- A Bolsa perdeu R$ 173 bilhões em valor de mercado do começo do ano até o final de novembro. O Ibovespa teve uma valorização acumulada no ano, até sexta-feira (23), de 4,57%.
- China, juros americanos e eleições são o resumo de 2022 na Bolsa.
- Nos primeiros quatro meses do ano, o desempenho foi muito bom. O Ibovespa, nesse período, chegou a subir 17% no acumulado de janeiro ao final de abril.
- Mas com a subida dos juros nos Estados Unidos, o caldo entornou. Os investidores deixaram países emergentes, como o Brasil e foram para os EUA.
Como foi o ano?
A Bolsa, na verdade, não reflete a economia do país. Na visão macro, até que fomos bem. O desemprego está recuando, a inflação também. Mas o mercado vive de expectativas
Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Claritas gestão de investimentos
- Foi, em parte, por conta dessas expectativas que a Bolsa desandou no segundo trimestre.
- Além de sofrer com o aumento de juros nos EUA, os investidores ficaram ressabiados com o cenário eleitoral e a possibilidade de o novo governo gastar demais.
- O Ibovespa fechou novembro com queda de 3,06%.
- Houve também o fator China, como recorda o analista-chefe do PagBank, Marcio Loréga.
- Por causa da política de covid zero no país, obras e investimentos chineses diminuíram de ritmo e as empresas brasileiras exportadoras de produtos básicos (commodities), como minério e metais, começaram a cair na Bolsa, com faturamento menor.
- No final de novembro e início de dezembro, porém, a China abrandou suas regras em relação ao coronavírus. Não se sabe se a nova política vai realmente reativar a economia local. Mas, o investidor criou boas expectativas a esse respeito.
E como vai ser 2023?
- Os juros altos se refletem nas empresas provocando um menor crescimento. Então, em relação ao ambiente interno, tudo vai depender disso e dos gastos públicos.
- Mas, como mais da metade do fluxo de investimentos no Ibovespa vem de fora, a situação internacional vai contar muito também.
- "Não vejo possibilidade de um 'crash' (quebradeira). Mas o começo vai ser difícil não só para o Brasil", diz João Piccioni, especialistas em investimentos da Empiricus.
- Embora as ações na Bolsa brasileira já estejam muito baratas, elas só tendem a recuperar preço e se valorizar se houver uma política fiscal mais austera e uma diminuição nos juros, dizem os analistas.
Quais empresas podem se recuperar primeiro?
- As empresas que não focam na economia brasileira, segundo Loréga. As exportadoras que vendem para China, como a Vale, por exemplo.
- Se a política mais branda de controle da covid-19 realmente surtir efeito, provocando aquecimento na economia, elas devem vender mais metais e minérios.
- As petroleiras também devem continuar faturando bem. Mas devido ao risco político, as melhores escolhas são as companhias privadas, como 3 R Petroleum (RRRP3) e PetroRio (PRIO3).
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