Tesouro Direto: Vale comprar títulos com diferentes prazos de vencimento?
Comprar títulos do Tesouro com diferentes prazos de vencimento é boa estratégia para ter uma renda de tempos em tempos.
No Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, a planejadora financeira Vívian Rodrigues diz que, pensando no longo prazo, a estratégia é boa para títulos atrelados ao IPCA. Segundo ela, vale fazer uma "escadinha de títulos", para poder diluir riscos relacionados a prazos e ao mercado.
Leia abaixo a análise da planejadora financeira e assista ao trecho do programa.
O Papo com Especialista é um tira-dúvidas sobre investimentos exclusivo para assinantes e é transmitido semanalmente, às quintas-feiras, das 16h às 17h.
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Tesouro IPCA para manter seu poder de compra
A planejadora financeira afirma que os títulos do Tesouro Direto "não são todos iguais". Têm rentabilidade e prazos diferentes.
"Mas os títulos atrelados ao IPCA são adequados para o longo prazo, porque você está garantindo o seu poder de compra em um prazo mais longo", afirma.
Por exemplo: Hoje, aos 30 anos de idade, você investe para ter uma renda de R$ 5.000 na aposentadoria, aos 60. "Mas se você desconsiderar a inflação e o poder de compra nesse período, daqui a 30 anos essa quantia de R$ 5.000 não será suficiente para você ter a vida que tem hoje", afirma. Segundo ela, o poder de compra cai pela metade a cada dez anos.
"Ao considerar um investimento para um longo prazo, como a aposentadoria, e não buscar uma rentabilidade acima da inflação para proteger o seu poder de compra, você está cometendo um erro gigantesco, porque não vai conseguir manter o seu padrão de vida com o mesmo valor", declara.
Portanto, diz ela, dentro do guarda-chuva da renda fixa, você precisa, para o longo prazo, pensar em títulos atrelados à inflação para proteger o seu poder de compra.
É uma boa estratégia?
Para Vívian, pensando em títulos atrelados ao IPCA, "pode ser uma boa estratégia, sim, comprar títulos com diferentes prazos de investimento".
"Mas vamos supor que você vai se aposentar em 2050. Você não precisa, necessariamente, colocar todo o seu dinheiro em títulos de 2050, porque, quanto maior o prazo, mais esses títulos vão sofrer com a marcação a mercado", afirma.
A planejadora financeira diz que não há a necessidade de você travar todo o seu dinheiro. "Vale deixar outras possibilidades abertas, como colocar um pouquinho em 2026, uma parte em 2035, e assim por diante. À medida que esse dinheiro for entrando, você vai investindo em outros títulos com outros prazos. Você faz uma 'escadinha de títulos', para poder diluir riscos relacionados a prazos e ao mercado", afirma.
Títulos bancários
Quanto aos títulos bancários, Vivian diz que vale ter um cuidado ainda maior em relação a esses prazos.
"Às vezes, uma instituição bancária pode ser muito bem estruturada hoje, mas quando a gente fala de 20, 30 anos, de muitos anos à frente, vale ter algumas ponderações e cuidados. Você não precisa assumir esses riscos por tanto tempo", afirma.
A sugestão para quem é investidor iniciante, diz Vívian, é começar com títulos que tenham prazo mais próximo. "Isso vai ter dando segurança para ir passando para títulos mais longos, aos poucos", declara.
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