Bolsa está em queda, mas mercado está otimista; o que fazer?
Juros altos no Brasil e no mundo e o risco de uma recessão mundial estão afetando a Bolsa de Valores brasileira.
O que está acontecendo?
O Ibovespa está abaixo dos 100 mil pontos. No dia 23, o índice fechou no patamar mais baixo desde julho do ano passado. Já na sexta-feira teve alta de 0,92%, aos 98.829,27 pontos
É difícil saber para onde vai o índice. Segundo Luis Novaes, da Terra Investimentos, ainda existe muita incerteza quanto à estabilidade fiscal e política monetária, tanto no Brasil quanto nos EUA.
O que afeta a Bolsa?
- Juros no Brasil estão altos. No Brasil, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano, apesar da pressão política do Governo Lula. Foi a quinta vez seguida que a Selic não foi alterada.
- Empresas podem sofrer com juros altos. "As companhias não aguentam mais esse patamar de 13,75%", diz Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos.
- Governo terá nova regra de controle de gastos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar nos próximos dias a proposta que busca substituir o atual teto de gastos como ferramenta de controle dos gastos públicos. "Mas mesmo que venha um projeto nota 5, já é um avanço capaz de melhorar o cenário no curto prazo", diz Serra.
- Projeto pode levar à redução dos juros. Para Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos, se o projeto for bem recebido, o caminho para uma queda nos juros se abre ainda mais, o que é positivo para o mercado. Se o mercado achar que a nova regra será capaz de preservar o controle de gastos do governo, a expectativa de inflação é reduzida. Isso abre espaço para a queda de juros e beneficia a Bolsa, em todos os setores, praticamente, diz Novaes.
- Mercado está otimista. O mercado acredita que os juros podem começar a cair. Para 2025, o mercado acredita que a taxa de juros estará em 11,96%. Essa previsão caiu ainda mais depois da crise dos bancos. Já para 2030 a previsão é de juros de 13,70%.
Mas vale investir na Bolsa?
- As ações não devem subir já e o melhor é esperar. Mas se o investidor não se importar com o sobe desce que ainda pode vir e quiser aproveitar os preços baixos das ações agora, pode ser uma saída.
- Por enquanto, é melhor investir em empresas que não dependem do mercado doméstico. As ações voltadas para mercados internacionais - como as exportadoras de carne, papel e minérios - elas não dependem dos juros nacionais para ter uma melhor performance.
Juros nos EUA também estão em alta
- Bancos Centrais estão sob pressão. A quebradeira de bancos que aconteceu nas últimas semanas - Silicon Valley Bank, Signature Bank, First Republic Bank, nos Estados Unidos, e Credit Suisse, na Europa - está colocando pressão sobre os bancos centrais do mundo todo.
Muitos desses bancos cavaram a própria cova com problemas próprios. Mas os juros altos são o gatilho para a quebradeira.
Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos
- Alta dos juros pode estar perto do fim. O Fed, na semana passada, decidiu elevar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, chegando à faixa de 4,75% a 5%. Pela primeira vez desde março de 2022 o Fed não mencionou "aumentos contínuos" e sim que "algum aperto adicional pode ser apropriado". Isso pode indicar uma provável interrupção de novos aumentos nos custos de empréstimos.
- Isso é bom para as Bolsas de Valores do mundo todo. Os juros muito altos afastam os investidores das ações, já que eles podem ter bons ganhos em aplicações mais previsíveis. Ao diminuir os juros, investidores voltam para o mercado variável.
- A situação de empresas e dos consumidores também melhora. Com juros menores, suas dívidas também ficam menores. Empresas podem investir mais para crescer. Os consumidores voltam a comprar bens mais caros, aquecendo o comércio.
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