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Veja quanto rendem R$ 10 mil nesses 3 FIIs que ganham do Tesouro Direto

Como ganhar dinheiro na conta com fundos imobiliários? - Suwaree Tangbovornpichet/oStock
Como ganhar dinheiro na conta com fundos imobiliários? Imagem: Suwaree Tangbovornpichet/oStock

21/03/2023 04h00

Diversos fundos de investimento imobiliário (FIIs) estão com rendimento até 25% maior do que os títulos do Tesouro Direto.

Para a coluna de hoje, vou falar sobre três deles, nos quais eu invisto meu próprio dinheiro. Você vai ver quanto é possível ganhar investindo R$ 10 mil nesses ativos, em comparação com os títulos públicos. Como sempre, explicarei quais são os riscos e como mitigá-los.

Tesouro Selic: Ganho de R$ 1.170 em um ano

Para começar, vamos falar do título mais conservador do Tesouro Direto, o chamado Tesouro Selic.

A rentabilidade do Tesouro Selic é a maior que uma pessoa pode ter no Brasil sem correr riscos.

Hoje, o Tesouro Selic está com um retorno de, aproximadamente, 11,7% ao ano, descontado o Imposto de Renda pela menor alíquota. Investindo R$ 10 mil nesse título, o ganho ficará em torno de R$ 1.170 no primeiro ano.

Portanto, esse é o maior rendimento que você pode ter sem risco.

Mas se você deseja uma rentabilidade maior e está disposto a correr riscos de forma controlada, é possível fazer como eu e investir em FIIs com um rendimento cerca de 25% maior.

MCCI11: R$ 1.472 em um ano

O fundo imobiliário Mauá Capital Recebíveis, negociado na Bolsa pelo código MCCI11, está hoje com um retorno de 14,72% em proventos.

Isso significa que, se você investir R$ 10 mil nesse ativo, e ele continuar distribuindo rendimentos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses, daqui a um ano você terá recebido um total de R$ 1.472 na sua conta bancária.

Esse retorno é 26% maior do que aquele estimado para o Tesouro Selic. Devo lembrar aqui que nenhum desses lucros é garantido, nem mesmo os do Tesouro.

O MCCI11 é um fundo do tipo "de papel", ou seja, ele não possui imóveis físicos, e sim contratos de recebíveis imobiliários.

Após investir em um FII de papel, é como se você virasse o credor de quem financiou um imóvel. Você passa a receber, todo mês, uma fração das parcelas que essas pessoas (não necessariamente pessoas físicas) estão pagando no financiamento.

Os contratos de recebíveis dos FIIs podem ser mais arriscados (os chamados "high yield") ou menos arriscados (os "high grade"). O MCCI1 é focado em ativos menos arriscados, um dos motivos pelos quais eu o mantenho na minha carteira pessoal de investimentos.

VRTA11: R$ 1.462 em um ano

O fundo imobiliário Fator Verità, conhecido pelo código VRTA11, apresenta hoje um retorno de 14,62% ao ano em proventos.

Para um investimento de R$ 10 mil neste momento, o ativo tende a depositar R$ 1.462 ao longo dos próximos 12 meses na conta bancária do investidor, caso ele mantenha o nível atual de remuneração dos cotistas.

Trata-se de um ganho 25% maior do que o projetado para o Tesouro Selic.

O Fator Verità já tende a ser mais arriscado que o MCCI11, pois possui no seu portfólio tanto títulos high yield (mais arriscados) quanto high grade (mais seguros).

Por outro lado, conta a favor do VRTA11 o seu longo histórico, pois o fundo foi lançado no mercado em 2011, muito antes do boom do setor. Dessa forma, o FII se encaixa em um público que não quer uma carteira somente defensiva, mas, ao mesmo tempo, não quer se aventurar com ativos que acabaram de ser lançados no mercado.

VGIP11: R$ 1.448 em um ano

Mais um fundo de papel, o Valora CRI (VGIP11) está atualmente com um rendimento de 14,48% em proventos.

Se mantiver o ritmo atual de pagamento, o fundo oferecerá um ganho de R$ 1.448 em um ano para um investimento de R$ 10 mil. Esse retorno é 24% superior ao do Tesouro Selic.

O VGIP11, assim como os dois outros fundos citados, têm a rentabilidade atrelada a índices de preços. Por isso, em épocas de inflação alta, eles tendem a pagar mais.

Quais são os riscos de investir em fundos imobiliários?

Investir em fundos imobiliários tem riscos, conforme disse no início.

Existe chance de o ativo reduzir o pagamento de proventos aos cotistas. No caso de fundos de papel, como esses citados, isso pode ocorrer se houver inadimplência entre as pessoas que financiaram imóveis.

A queda da inflação também tende a reduzir os pagamentos dos FIIs de papel, mas não vejo isso como um problema. Afinal, se a inflação caiu, por um lado você ganhou menos com o fundo, mas por outro seu dinheiro perdeu menos poder de compra, de modo que uma coisa compensa a outra.

Outro risco que deve ser considerado é a redução do preço da cota do fundo. Hoje, um dos motivos pelos quais os FIIs estão atraentes é porque o preço deles caiu muito nos últimos meses, devido à elevação da taxa básica de juros, a Selic.

O VGIP11, que hoje está com um retorno acima de 14%, teve uma queda no preço da cota de 17% nos últimos 12 meses. Nada garante que as cotas deste ou de qualquer outro FII não vá cair mais.

A questão é como você lida com a cota. Se você confia no fundo, a queda de preço pode ser uma oportunidade para investir mais dinheiro no ativo. Já se você não tem segurança de que o FII é bom, a queda provavelmente vai deixar você com medo, talvez a ponto de você vender suas cotas com prejuízo.

Por isso, reforço que esta coluna não é uma recomendação de compra. Antes de investir, é necessário conhecer o fundo até que você mesmo tenha segurança de que o manteria na carteira mesmo em caso de queda não ligada à saúde propriamente do ativo.

Alguma dúvida?

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