BRF dispara na Bolsa com socorro bilionário da Marfrig e de fundo
A Marfrig (MRFG3), maior fabricante de hambúrgueres do mundo, anunciou nesta quarta-feira vai injetar R$ 4,5 bilhões na BRF (BRFS3) dona das marcas Sadia e Perdigão. O dinheiro virá em conjunto com o fundo soberano da Arábia Saudita Salic
Com isso, as ações das duas empresas estão em alta hoje, 31. BRFS3 subia 10,18%, para R$ 8,01, e MRFG3 tinha elevação de 4,16%, para R$ 6,51, por volta das 13h40.
As duas empresas estavam sofrendo na Bolsa já há algum tempo. A BRF perdeu mais da metade do valor de mercado (51,69%) nos últimos 12 meses, segundo dados da Ecnonomatica. Só em 2023, a ação da empresa encolheu 12,20%. Já a Marfrig perdeu 49,82% de seu valor em 12 meses e 28,16% este ano.
Como será o socorro
O acordo, assinado na madrugada de hoje, implica na emissão de até 500 milhões de ações da BRF ao preço máximo de R$ 9. Isso é um aumento de até 24% sobre o valor de fechamento do papel ontem, dia 30, ou seja, a empresa pode ganhar dinheiro com essa emissão de ações.
A BRF terá ajuda nessa operação. O fundo Salic e a Marfrig se comprometeram a participar da operação por meio da compra de até 250 milhões de ações cada.
O Salic já tem participação de 31% na exportadora de carne bovina Minerva (BEEF3). A Marfrig já controla 33% da BRF e informou que seu conselho de administração aprovou também preliminarmente um aumento de capital de pelo menos R$ 1,5 bilhão na dona da Sadia.
Por que o negócio foi feito
A injeção de dinheiro fortalece a BRF. Com esse aumento de ações, ela ganha um fôlego maior, explica Gabriel Meira, economista e sócio da Valor Investimentos.
Além disso, com essa operação, aumenta o número de ações da BRF no mercado. Isso é bom para a empresa, que pode captar ainda mais dinheiro no futuro.
Nenhuma das duas empresas vai bem. A BRF fechou o primeiro trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 1,02 bilhão no primeiro trimestre de 2023, menor do que o prejuízo líquido de R$ 1,55 bilhão de igual período do ano passado. Já a Marfrig encerrou os primeiros três meses do ano com prejuízo líquido de R$ 634 milhões, revertendo lucro líquido de R$ 109 milhões em igual período de 2022.
Com a inflação, o preço da carne sobe e o consumo cai. Por isso, segundo Meira, há pelo menos dois anos as exportações das duas companhias vêm caindo.
O que muda para o acionista
Para o acionista, a operação não é assim tão boa. Quando entram novas ações no mercado, é como se houvesse uma nova divisão proporcional da fatia de cada acionista na empresa. Esse fenômeno é chamado de diluição.
Para diminuir a diluição, a BRF deve fazer uma subscrição. O investidor ganha preferência na compra de novas ações que serão emitidas). Pelo acordo, 250 milhões de ações (50%) serão subscritas pela Salic, e os outros 50% investidos pela Marfrig, desde que os preços das novas ações não passem de R$ 9,00.
Vale investir?
Por enquanto, não. "As duas empresas continuam sofrendo com a queda nas exportações", diz Meira. Enquanto isso não melhorar, vai continuar difícil que aconteça valorização nas ações.
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