Ibovespa: índice já subiu 2.400%, perdeu zeros e hoje reúne 86 papéis
O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, agrupa 86 ações. Essas empresas têm um valor de mercado somado de R$ 3,3 trilhões. Ele agrupa hoje as ações mais negociadas da Bolsa. Quando foi lançado, em 1968, 27 papéis faziam parte do índice.
Como o Ibovespa surgiu
A metodologia do Ibovespa começa com o primeiro índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, o IBV. Ele foi criado em 1967. No ano seguinte, a Bolsa de São Paulo também cria seu índice, o Bovespa.
Nesses 55 anos, o índice teve uma valorização real de 2.400%, segundo a B3. Ou seja, se alguém tivesse aplicado em 1968 o equivalente a R$ 1.000, esse investidor teria hoje 24 vezes mais, ou R$ 24 mil, descontado o efeito da inflação (IGP-DI). Na verdade, o valor nominal seria bem maior, mas teria o mesmo poder de compra de R$ 24 mil. A própria moeda, há 55 anos, nem sequer era o real.
Esse rendimento equivale à rentabilidade média real anual (retirando a inflação) de, aproximadamente, 6% ao ano.
"O Ibovespa é um dos índices mais antigos do mundo", diz Marcos Skistymas, diretor de produtos listados da B3. Perde para o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que tem 139 anos, o índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, no Japão, que tem 74 anos e o Standard and Poor's 500 (S&P 500), que rastreia a performance das 500 maiores companhias dos Estados Unidos há 66 anos.
Ibovespa é o índice mais relevante da América Latina. Mas está longe dos seus pares globais. O S&P 500, por exemplo, tem um valor de mercado 46 vezes maior que o Ibovespa. Em dólares, o índice brasileiro vale, segundo a Economatica, US$ 847 bilhões enquanto o S&P fica em US$ 39,432 trilhões.
Quando o Ibovespa B3 surgiu, atribuiu-se a ele o número 100. Os pontos do Ibovespa refletem a rentabilidade das ações que fazem parte dele em um dia. Diferentemente do que muitos pensam, os pontos não têm ligação com o volume em dinheiro negociado em Bolsa. "Ele é um indicador que reflete a rentabilidade do Ibovespa", explica Skistymas.
Número foi dividido no decorrer do tempo. Os pontos cresceram tanto nos últimos 55 anos, motivados pela valorização das companhias, as trocas de moedas e a inflação, que a B3 optou por reduzir a pontuação em 11 ocasiões, tirando zeros do índice.
Atualmente, o Índice está em 117.336,34 pontos, segundo o fechamento do dia 12.
Bolsa tem mecanismo de circuit breaker para evitar quedas muito altas. Ele foi acionado pela primeira vez em 1997. O mecanismo funciona para proteger o mercado e acalmar os investidores em momentos de crise. As negociações são interrompidas quando a queda é muito grande. Desde que foi implementado, o circuit breaker já foi acionado 23 vezes.
Como funciona o Ibovespa
A carteira do Ibovespa hoje tem 80% das ações mais negociadas na Bolsa. Essas ações são definidas pela própria B3, que revisa a carteira a cada quatro meses, em janeiro, maio e setembro.
Não fazem parte ações que custam menos de R$ 1 ou de empresas em recuperação judicial, entre outros.
A carteira do Ibovespa B3 já teve, na década de 1980, 139 ativos. Os critérios de elegibilidade eram diferentes dos atuais.
Hoje, o setor de materiais básicos (chamados também de commodities de mineração, siderurgia, madeira e papel) lidera a distribuição. São 19 ativos.
O setor de consumo cíclico, com ações dos mercados de construção civil, utilidade doméstica e vestuário, está em segundo lugar, com 17. Pouco antes da pandemia, em janeiro de 2020, o setor financeiro representava a maioria do Ibovespa B3, com 15 ativos de um total de 73.
O Ibovespa não reflete a economia do país. Embora seja influenciado por ela, o índice só reflete o mercado de renda variável. "Nunca foi o objetivo do Ibovespa ser um reflexo da economia", afirma Skistymas.
Na economia do Brasil, por exemplo, o maior peso é o do agronegócio. Na Bolsa, esse setor não é muito influente, com poucas empresas representadas, como SLC Agrícola (SLCE3), Cosan (CSAN3), São Martinho (SMTO3).
Quais foram as maiores altas e baixas do Ibovespa
A maior alta para um dia foi de 36,05%, no dia 4 de fevereiro de 1991, início do Plano Collor 2. Havia muita expectativa de controle da inflação desenfreada da época, aliada à abertura da Bolsa a investidores estrangeiros.
Mas a alta embutia a inflação. "O índice acompanha os efeitos inflacionários", explica Henio Scheidt, gerente de índices da B3. E como os preços subiam todos os dias, a Bolsa acompanhava esse movimento. Com a inflação sob controle, a Bolsa tem altas menos expressivas.
A queda mais drástica de todas foi de uma baixa de 22,26% em um só dia, em 21 de março de 1990, quando o Plano Collor foi anunciado. As maiores baixas do Ibovespa foram registradas antes da existência do circuit breaker.
Nos últimos anos, a maior alta foi no dia 13 de março de 2020, com subida de 13,9%. Isso aconteceu dias antes do início da quarentena do coronavírus, que derrubou os índices, e foi a 14ª maior alta da história do índice. Logo em seguida, o circuit breaker foi acionado seis vezes, em menos de 10 dias, nos primeiros pregões da pandemia da covid-19.
Recentemente, a maior queda foi de 13,92%, em 16 de março de 2020, repercutindo as incertezas diante da pandemia.
A maior pontuação história foi atingida em junho de 2021, quando a Bolsa fechou em 130.776,27 pontos. Já considerando a inflação passada, o índice atingiu máxima em maio de 2008, com o equivalente a 213.021 pontos.
Como investir na Bolsa
Qualquer pessoa pode investir na Bolsa. Basta ter uma conta em banco ou corretora. O investidor pode comprar ações diretamente na Bolsa, por meio do aplicativo do banco, ou investir em fundos que acompanham o Ibovespa.
Não existe um valor mínimo para aplicar. Cada banco define esse parâmetro por conta própria. Há os que aceitam operações de R$ 10, R$ 50. Outros fixam um valor mínimo, por exemplo, R$ 500.
Dá para investir no índice. Por ser uma cesta representativa das ações mais negociadas, muitos produtos financeiros têm como objetivo simular a carteira do Ibovespa B3 para que o resultado do investidor espelhe a variação do índice. É o caso de 8 ETFs (fundos de índice) e quase 1.400 fundos de investimento. Outros produtos atrelados ao índice são os contratos futuros e opções.
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