Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Até onde vai? Por que não dá para esperar um dólar abaixo de R$ 4 tão cedo

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/06/2023 04h00Atualizada em 27/06/2023 13h16

O dólar já está abaixo dos R$ 5 desde o início de maio, mas é bem improvável que caia abaixo dos R$ 4, dizem especialistas. O que impede que a queda do dólar seja mais forte?

Real é uma das moedas mais valorizadas do mundo

Desde o início do ano - quando estava cotado a R$ 5,36 - o dólar já caiu quase 10%. Ontem, fechou cotado a R$ 4,767, menor valor em mais de um ano e queda de 9,72% desde o começo do ano. Veja cotações.

A queda no ano fez o real ficar entre as dez moedas mais valorizadas em relação ao dólar do mundo desde o começo do ano. A Austin Rating analisou 120 moedas. Levando-se em consideração o preço do fechamento do dia 19 de junho, o real ficou em sétimo lugar.

Para onde o dólar vai?

É improvável que o dólar caia abaixo dos R$ 4. As perspectivas dos especialistas é que fique entre R$ 4,30 e R$ 5,00 até o fim do ano. No ano que vem, pode chegar a até R$ 6.

O dólar não deve cair para abaixo dos R$ 4,50, acredita Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. A XP, por exemplo, projeta a moeda americana em R$ 5,00 no final de 2023 e a R$ 5,15 no final de 2024.

O banco americano Goldman Sachs tem uma estimativa mais otimista. Ele calcula que o valor justo para o real é em torno de R$ 4,30. "Estimamos que o dólar caia para R$ 4,60 em três meses, para R$ 4,40 em seis meses e fique em R$ 4,40 em 12 meses."

Os especialistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central, acreditam que o dólar chegue a R$ 5 no fim do ano, e R$ 5,10 no ano que vem. O C6 Bank acha que no ano que vem a moeda americana vai chegar a R$ 6.

O que impede que o dólar caia para R$ 4?

O principal fator que impede que o dólar caia mais é a inflação acumulada. Descontando a inflação, um dólar cotado a R$ 4 seria igual à cotação de R$ 2 de 2012, segundo Gala.

Historicamente, a inflação brasileira sempre foi mais alta que a americana. Isso se inverteu este ano. Em maio, último dado, a inflação americana ficou em 4% nos últimos 12 meses, enquanto a brasileira ficou ligeiramente abaixo disso, em 3,94%, para o mesmo período. Se, daqui para frente, a inflação americana continuar nesse patamar, empatando com o índice brasileiro - que é o cenário mais provável -, a queda do dólar vai perdendo força.

Ruídos políticos atrapalharam o câmbio. "Já era para o real estar em R$ 4 há algum tempo porque outras moedas de países emergentes vem ganhando valor este ano", explica William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Ele diz que as dúvidas sobre como seria o governo Lula impediram que mais investidores aplicassem seus dólares por aqui.

Gasto público e andamento das reformas também influenciam o câmbio. Se o governo brasileiro gastar muito, o dólar tende a subir. Isso porque a inflação fica maior e a dívida do país também, tornando o Brasil mais arriscado para investidores. Se as reformas não forem tão eficientes quanto espera o mercado, o real tende a se desvalorizar.

Economia chinesa também influencia o dólar. Se o país oriental puser o pé no freio das importações, o Brasil venderia menos minérios e produtos agrícolas e entrariam menos dólares aqui.

Outro problema é o uma possível queda no valor de produtos básicos, como grãos e petróleo. Para a corretora XP, o preço internacional de petróleo e alimentos tende a cair.

Se o dólar cair abaixo dos R$ 4,50, exportadoras perdem. "Os produtos nacionais ficam muito caros lá fora e as exportações caem", afirma Gala.

O que ajudaria o dólar a cair?

A diferença de juros entre o Brasil e os EUA pode ajudar o dólar a cair. Se o banco central americano, o Federal Reserve (Fed), não subir mais os juros, investidores irão procurar investimentos mais rentáveis. Isso poderia trazer mais dólares para o Brasil, diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest. Com a expectativa de o Fed interromper o ciclo de alta de juros nos EUA, os investidores se sentiram mais seguros para investir em mercados mais arriscados, como os emergentes.

Nessa situação, o Brasil sai ganhando. Enquanto na Turquia a reeleição de Recep Tayyip Erdogan afasta o investidor - assim como acontece na Rússia - a inflação também assusta quem olha para a África do Sul e para a Argentina. Países como Índia e México estão caros.

Aqui, a Bolsa está barata. "Os investidores só não vieram antes por causa das incertezas em relação ao início do governo. Não fosse isso, o dólar já teria começado a cair antes", diz Alves.

No Brasil, os juros também influenciam o dólar. Se a inflação cair mais, o Banco Central do Brasil pode baixar os juros e a economia deve crescer. Isso valorizaria o real em relação ao dólar. Além disso, o andamento das reformas, como a nova regra fiscal e a tributária, também ajudariam o dólar a cair.

Aulão: como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro

A poupança é o investimento mais usado pela maioria dos brasileiros. Mas há outras opções que podem ser mais vantajosas e que rendem mais.

Para quem está começando a investir, UOL terá uma série de quatro aulas ao vivo sobre como diversificar sua carteira. A série começa no dia 1° de junho.

O tema será "Como sair da poupança com segurança para ganhar mais dinheiro". Falaremos sobre as opções de investimento que existem, como avaliar o seu perfil para investir de acordo com sua tolerância ao risco, como diversificar sua carteira e como saber se os seus investimentos estão de acordo com os seus planos e sonhos.

As duas primeiras aulas já estão no ar. O primeiro episódio e fala sobre quais são os principais investimentos existem, como funcionam e quais são seus riscos. Assista à aula completa aqui. Já o segundo episódio mostra como descobrir qual é o seu perfil de investidor para aplicar melhor seu dinheiro, veja aqui.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40.

Assinantes do UOL podem reassistir às aulas quantas vezes quiserem. Ao final, os assinantes ainda vão ganhar um guia exclusivo sobre como investir além da poupança. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como ter renda passiva pingando na sua conta com os investimentos. Para saber mais, acesse o especial "Guia de Investimentos para ter Renda Passiva", exclusivo para assinantes.

Quer investir melhor? Receba dicas em seu email

Você quer aprender a ganhar dinheiro com segurança em investimentos no curto, médio e longo prazo, mesmo que nunca tenha investido?

A página de investimentos do UOL tem uma newsletter gratuita que o ajuda nesse objetivo. Ao assinar, você recebe todos os dias, antes da abertura da Bolsa, uma análise do mercado feita pela equipe do PagBank Investimentos. Com essa newsletter, você vai aprender a investir e entender o que está acontecendo com o mercado.

Além da newsletter diária, você também recebe, semanalmente, uma análise sobre investimentos, com dicas sobre como aplicar melhor e com segurança seu dinheiro. Para assinar a newsletter gratuita de investimentos do UOL, é só clicar aqui. Há ainda conteúdos diários sobre diversos tipos de ativos.

Tem dúvidas sobre ações, fundos e outros investimentos da Bolsa? Envie sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.