Efeito dominó derruba bolsas ao redor do planeta
Tóquio, 11 Out 2018 (AFP) - As Bolsas fecharam com forte queda nesta quinta-feira (11), seguindo o rastro de Wall Street, em um cenário tenso pela guerra comercial e o aumento dos juros nos Estados Unidos, medida criticada por Donald Trump.
A Bolsa de Tóquio, no Japão, perdeu 3,89%, a de Xangai, na China, mais de 5% e a de Hong Kong 3,5%.
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O efeito dominó atingiu as principais Bolsas da Europa. Frankfurt (Alemanha) recuou 1,5%, Paris (França) teve queda de 1,9% e Londres (Inglaterra) perdeu 1,9%.
Após a péssima sessão na véspera, Wall Street voltou a abrir em baixa: o Dow Jones recuava 0,37%, e o Nasdaq, 0,46%.
Os mercados estão se sentindo "ameaçados", afirmou Stephen Innes, diretor para Ásia-Pacífico na Oanda, empresa de serviços financeiros.
"Há vários motivos: a queda em Wall Street, o aumento das taxas de juros a longo prazo, novas preocupações com as relações comerciais entre China e Estados Unidos e uma atitude prudente antes dos anúncios dos resultados das empresas", declarou à agência Bloomberg Juichi Wako, da consultoria japonesa Nomura Securities.
"O ambiente global é de nervosismo, em face do aumento dos rendimentos dos títulos, bem como preocupações com o aperto das políticas", disse Charles Schwab em um comunicado.
Trump critica aumento de juros
O presidente americano, Donald Trump, afirmou na quarta-feira que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) "enlouqueceu", em um novo ataque contra a instituição e sua política de aumento progressivo das taxas de juros.
Trump fez as declarações após um dia negativo para Wall Street. O índice Dow Jones fechou a quarta-feira no menor nível desde fevereiro. O índice industrial Dow Jones caiu 3,15%, a 25.598,74 pontos, apenas oito dias depois de ter registrado o máximo histórico.
O Nasdaq, índice de valores tecnológicos, recuou 4,08%, a 7.422,05 unidades, o pior valor desde junho de 2016.
"Acho que o Fed está cometendo um erro. Acho que o Fed enlouqueceu (...). Realmente não concordo com isto", disse Trump, que habitualmente critica o Fed por sua política de aumentar gradualmente as taxas de juros.
A maioria das grandes empresas americanas sofreu no pregão de quarta-feira: Boeing e Facebook perderam mais de 4%, e Amazon, Nike e Microsoft caíram além de 5%.
Diretora do FMI defende política do Fed
A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, justificou nesta quinta-feira o aumento das taxas de juros, que chamou de "necessário e inevitável" para economias como a dos Estados Unidos, com um crescimento forte, um aumento da inflação e um desemprego "extremamente baixo".
Para evitar o superaquecimento da economia e o retorno da inflação, o Fed elevou em três oportunidades este ano as taxas de juros em 0,25%, o que deve voltar a acontecer em dezembro. As taxas de juros agora estão na faixa entre 2% e 2,25%.
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