Governo poderá requisitar caminhões privados para normalizar abastecimento
O governo federal afirmou que pode requisitar caminhões privados para normalizar o abastecimento de combustíveis e bens no Brasil devido à greve dos caminhoneiros. Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, o foco da medida serão empresas transportadoras que estão se negando a disponibilizar motoristas para dirigir caminhões escoltados por forças de segurança.
"O foco não está sobre [caminhoneiro] autônomo. Está naquelas empresas transportadoras que estão se negando a disponibilizar seus motoristas para o transporte de cargas", disse Jungmann.
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Segundo ele, 20 empresários de transportadoras estão sendo investigados pela Polícia Federal por realizar um locaute (paralisação coordenada por empresários do setor). Eles podem responder por diversos crimes, entre eles associação criminosa e atentado contra a segurança do transporte.
A requisição dos bens privados ainda depende de um ato administrativo do governo e só deve ser usada se houver necessidade, segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O país enfrenta seu quinto dia seguido de greve de caminhoneiros, que está provocando desabastecimento de combustíveis, alimentos e bens essenciais em diversos estados.
Garantia da Lei e da Ordem em vigor até 4 de junho
O ministro Padilha afirmou também que já está em vigor um decreto de Garantia da Lei e da Ordem que permite o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública em todo o país. O decreto ficará em vigor até o dia 4 de junho, mas pode ser reeditado.
A partir dele, militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica auxiliarão as polícias a desobstruir rodovias, garantirão o acesso de caminhões tanque a refinarias, escoltarão comboios e retirarão grevistas de centrais de distribuição de combustíveis.
Motoristas militares podem dirigir caminhões de grevistas
Além disso, aliada ao possível ato administrativo de requisição de bens privados, a operação de Garantia da Lei e da Ordem possibilitará que motoristas militares sejam usados para dirigir caminhões de grevistas que se recusarem a acabar com a paralisação -mesmo que eles não estejam interrompendo vias.
O ministro Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional, afirmou que uma "sala de situação" foi estabelecida nesta sexta-feira para lidar com a crise. Fazem parte dela representantes dos ministérios da Defesa, Segurança Pública, Transporte, Saúde, Agricultura, Minas de Energia, da Advocacia Geral da União e da Abin (agência de inteligência).
O grupo está levantando problemas causados pelo desabastecimento, traçando perspectivas para eventuais agravamentos e estabelecendo prioridades de ação para os órgãos públicos. Entre as prioridades, estão assegurar o suprimento de produtos químicos para estações de tratamento de água e insumos para hospitais e fornecimento de combustível para aeroportos.
“O governo coloca todos os seus instrumentos em condições de serem empregados para todas as necessidades e contingências que aparecerem, mas apostando em primeiro lugar na negociação”, afirmou Etchegoyen.
Governo vai gastar R$ 5 bi para manter preços até fim do ano
O ministro da Secretaria de governo, Carlos Marun, disse que o governo estabeleceu na quinta-feira um acordo que ele classifica como "altamente benéfico aos manifestantes". Segundo ele, serão usados cerca de R$ 5 bilhões para manter a estabilidade nos preços do diesel até o fim do ano. Devem ser aplicados cerca de R$ 700 milhões por mês para que haja previsibilidade nos reajustes mensais.
Porém, parte dos grevistas decidiu manter a paralisação.
A Polícia Rodoviária Federal já está agindo em todos os estados para impedir o bloqueio total de rodovias, mas não havia registro de ações das Forças Armadas até o início da noite desta sexta-feira (25).
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